
Detona Ralph (“Wreck-it Ralph”, Estados Unidos, 2012) procura, assim como em – e a comparação aqui é inevitável – Toy Story, se aventurar no mundo daquilo que acontece quando não se tem alguém por perto. No entanto, no caso de Ralph seu universo é o dos games e a história começa depois do batente no arcade, após o ultimo game over.
Ralph é o vilão com apetite de destruição do jogo, Conserta Felix Jr., que está celebrando 30 anos de existência. Contudo o herói-vilão, sente-se cansado e desmotivado pela falta de reconhecimento (“quando Felix faz um bom trabalho, ele ganha uma medalha. Mas há alguma medalha para destruir coisas muito bem?”). Nem mesmo o encontro e desabafo na reunião dos Vilões Anônimos – genial! – consegue fazer com que ele se sinta melhor. Ao enfrentar os cidadãos de seu jogo e Felix, Ralph decide então partir em busca de uma medalha para provar o seu valor e ser finalmente receber o reconhecimento que merece.
![]() |
"Eu sou mal e isso é bom,
Nunca serei bom e isso não é mal."
|
Na narrativa deste vilão de jogos de vídeo game em crise de existência, a nostalgia é latente. Os tempos dos 8 bits, os games e personagens que marcaram uma geração – como a minha – se cruzando, daqueles mais simples, como Pac-Man, passando por Sonic, Mario, os Street Fighters e etc., até chegar nos mais mega-blaster-high-tech dos jogos de ação. A maneira como todos os games estão interligados pela Game Central Station – tipo aquela de NY – foi uma grande sacada e praticamente não se passa um minuto do filme no qual não se possa identificar alguma referencia aos mais variados jogos, mas sem se permitir que fique limitado a apenas os fãs de vídeo games. Uma justa homenagem a este universo e, no final, uma medalha para o estúdio em seu filme tipo Pixar, só que Disney.