
Em 1998, Toy Story completava três anos. Depois do arrasa-quarteirão, primeira animação realizada integralmente em computação gráfica, Disney e Pixar tinham um desafio: o que fazer a seguir? A resposta: Vida de Inseto (A Bug's Life, Estados Unidos, 1998).
Lançado no final daquele ano, Vida de Inseto acompanha as peripécias e desventuras de Flik, uma desastrada, ainda que esforçada, formiga-operária macho. Durante a colheita anual, as formigas são obrigadas a recolher parte de seu alimento como “oferenda” para um grupo de gafanhotos, evitando que o formigueiro seja invadido pelos vilões.
Mais que uma comédia ou animação infantil, Vida de Inseto tem uma boa pitada de road-movie: a jornada de Flik em busca por insetos maiores que possam defender o formigueiro dos ataques dos gafanhotos. Além disso, uma boa dose de superação pessoal completa a receita: cabe ao herói encontrar a trupe circense e convencê-la a viajar para o formigueiro. Tudo isso com uma bela direção de arte, que salta aos olhos hoje, se pensarmos que o filme foi lançado há 15 anos: cada detalhe do diminuto mundo dos personagens retratado com todo o cuidado.
Com vozes, no original, de Dave Foley, Kevin Spacey e Julia Louis-Dreyfus, a jornada de Flik alcança seu principal desafio, além, é claro, da derrota dos vilões: dar sequência de maneira magistral à ainda jovem parceria entre os estúdios Disney e Pixar. Sucesso de público e de crítica, John Lasseter nos brinda com uma pérola à altura de Toy Story, peça fundamental para a construção do verdadeiro império que a Pixar viria a se tornar nos anos seguintes.