terça-feira, 9 de julho de 2013

Veja Zack Snyder Tentar

Todo mundo gosta de implicar com os filmes do Super Homem, mas pra ser justo, é muito dificil adaptar ele para o cinema. Talvez por ser o único herói platônico a ainda sobreviver na modernidade é um desafio enorme inserir ele na humanidade e ao mesmo tempo não tirar nada do poder divino dele. Com O Homem de Aço ("The Man of Steel", EUA 2013) o diretor de 300 e Watchmen, além do sofrível Sucker Punch tenta algo totalmente novo. Um Superman mais dark com graves problemas de identidade é o resultado final disso, é também um filme difícil de se gostar.



Renegando todo o passado do herói nas telonas, o filme recomeça o mithos base da DC de uma forma mais sci fi e menos quadrinhos. Talvez pelo extenso prólogo em krypton ou pela luta de Kal-El com Zod mais parecer Dragon Ball Z, a preferência do filme é pelo estriônico do que pelo intimista. Outra das mais ousadas inovações desse filme é a forma não-linear em que a narrativa corre: vemos a infância de Clark no Kansas junto a formação dele no herói com o "S" no peito (e sem a cueca pra fora dessa vez!).


É verdadeiramente ambicioso e inteligente, mas o que acaba saindo é uma narrativa plana, picotada, que é incapaz de gerar qualquer empatia por um personagem. Eu sei que esses conceitos são antigos e não necessários, mas não é chamado de estrutura narrativa a toa. O que mais irrita é o pretensiosismo que perpassa o filme por mirar numa ambição extratosférica e falar num nivel elemental.


Os fãs vão gostar que o longa é cheio de fã service. Seja da origem refeita do herói, do Legado das Estrelas, Terra 1, até dos filmes anteriores (principalmente do segundo, com os renegados da Zona Fantasma), ele puxa de várias fontes pra fazer a sua história. Até o simples fato dele não conseguir voar de início e só dar grandes saltos mostra essa preocupação. Apesar disso, muitas elipses, que estão presentes mais por parnasianismo do que pelo efeito, deixam alguns furos aparecerem. Se você achar que está muito perdido, daqui a pouco vem o borrão azul para chutar traseiros e dar alguma explicação levemente razoável. Henry Cavill também consegue segurar o papel do bossal musculoso de outro planeta, não tem o mesmo carisma que Reeves, mas fazer o que?


Por fim, e desculpa gente eu tenho que falar disso, qual é a obsessão do diretor com formas fálicas?! Nós sabemos o que o super homem representa: greco-romana, judaico-cristã, messias solar, falocêntrica, mas, isso era mesmo necessário. A direção de arte nem é tão boa assim como a de Alien: O Oitavo Passageiro para justificar isso. Resumindo o filme em uma frase: Nolan 10, Snyder 0, média 5.

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