
Quem lembra de quando a Disney começou a divulgar que teria sua primeira princesa
O filme conta a história da jovem e trabalhadora Tiana (Anika Noni Rose), cujo sonho é abrir seu próprio restaurante na Nova Orleans. Para juntar dinheiro, ela trabalha em dois empregos e não tem vida social. Tudo muda, quando o boêmio príncipe Naveen (o carioca Bruno Campos) chega à cidade e se vê transformado num sapo por um "feiticeiro" voodoo. Para quebrar o feitiço, o príncipe deve beijar alguma princesa, acaba se deparando com Tiana, vestida com uma tiara, e a beija esperando quebrar o feitiço. No entanto, como Tiana não é da realeza, ela é transformada em um sapo e agora cabem aos dois com suas personalidade opostas acabar com esse feitiço.
O filme é maravilhoso. Não só a animação volta ao estilo de desenho animado à mão, da mesma forma que nos contos de fadas originais, como também é o primeiro filme desde "A Bela e a Fera", em que os dubladores e cantores dos personagens são os mesmos, o que dá outro espírito e voz para a história. Também é curioso que toda a animação dos backgrounds da imagem tenha sido feito no programa Adobe Photoshop, famoso pelo uso em manipulação de imagem, mas aqui utilizado para puro desenho.
Ainda assim, o raciso implícito no filme é preocupante. Tiana é considerada uma princesa da Disney, porque acaba se casando com o príncipe (desculpas pelo spoiler, mas quem não esperava?), mas ela começa como a filha da governanta de uma família rica, cuja filha Charlotte La Bouff é loirinha de olhos azuis, prometida para o príncipe. Ela cresce e vira garçonete de dois restaurantes, trabalha o tempo todo e ainda vira uma sapa! No final, sim, felizes para sempre, como se é esperado de um conto de fadas, mas também não é engraçado que este seja o único príncipe não-caucasiano da Disney? A outra exceção é "Mulan", também considerada uma "princesa da Disney", mas também trabalhadora, guerreira e sem qualquer sangue real.