
Mais uma vez a Disney Pixar prova sua competência e flexibilidade nos presenteando com um conto de princesa que de adéqua ao atual. Valente (“Brave”, 2012, EUA) consegue encantar partindo de um roteiro clássico com requintes de inovação. Será que vale Oscar?
Uma tecnologia nova foi desenvolvida pelos técnicos de animação da Pixar só para dar o movimento perfeito e até então único dos longos e embaraçados cachos de Merida, a princesa de uma das tribos que povoavam a antiga escócia. Filha de um rei glutão e uma rainha conformista, a jovem sai dos padrões. Enquanto a tradição prega que ela se case cedo e haja como uma respeitável senhora melindrosa, nossa heroína luta para atirar flechas e andar despenteada com seu cavalo aos sete ventos. O conflito de gerações e crenças, principalmente travado por mãe e filha, ganha novos contornos quando uma bruxa “ajuda” Merida em sua procura por liberdade, lançando uma maldição sobre sua família.
Trata-se de um trabalho adorável, muito bem arrumado e com algumas propostas interessantes. Tudo bem, Valente é o filho natural da antiga Disney (que conhecemos com o mais profundo das nossas infâncias), mas não da Pixar. Essa é a primeira história do grupo que conta com uma protagonista do sexo feminino, e isso depois de quase 17 anos da estreia do estúdio, com Toy Story. Como disse, é um texto bastante tradicional, mas com algumas novidades. A técnica é impecável e a animação nos promove tecnologias novas e algumas músicas confortantes. Tudo isso contribui para que essa seja uma forte aposta à estatueta do Oscar 2013 para Melhor Animação em Longa Metragem. Talvez o tempo tenha desgastado um pouco a possível empolgação da academia com filme (lançado na metade de julho), o que não é suficiente para descartá-lo.
Levando o premio ou não, Valente já conseguiu seu lugar. Com um excelente timing cômico, momentos de emoção, identificação, além de uma personagem principal mais irreverente do que a última, o longa une as essências de Disney e Pixar, tornando-se peça fundamental das coleções. Isso tudo sem falar no ótimo sotaque escocês que permeia todo o filme.
