
Por muito tempo, um fantasma se esncondeu entre nós. Osama Bin Laden conseguiu fugir da CIA por mais de dez anos. O seu pique esconde mortal só terminou no dia 2 de maio de 2011, data em que Barack Obama anunciou a sua morte na TV. A Hora Mais Escura ("Zero Dark Thirty", EUA, 2012), o novo trabalho de Kathryn Bigelow, conta a história por trás da busca ao homem mais perigoso da face da Terra.
A Hora Mais Escura é um filme fantástico. Ao contrário de "Guerra ao Terror", ele consegue prender a atenção do telespectador mesmo com uma trama na qual todos sabemos o desfecho. No início do projeto, Kathryn e o roteirista Mark Boal tinham a intenção de fazer um filme relatando as fracassadas tentativas de captura ao terrorista. Na mesma época, a morte de Bin Laden foi anunciada e os dois deram uma reviravolta completa no projeto.
A Hora Mais Escura estreou nos Estados Unidos envolto por polêmicas e causando muito barulho. Kathryn e Mark Boal foram acusados de terem tido acesso privilegiado a alguns documentos sigilosos da CIA e até foram investigados pelo FBI. De qualquer forma, o trabalho valeu a pena: O filme tornou-se um sucesso de bilheteria e ainda está concorrendo em 5 categorias do Oscar. Incluindo Melhor Filme e Melhor Roteiro.
Kathryn Bigelow nega as aparências, mas é difícil não a comparar com a sua protagonista vivida por Jessica Chastain. Ambas são duras, rígidas, determinadas e fizeram história: Kathryn é a primeira (e única) mulher que já venceu o Oscar de Melhor Diretor (a). Assim como "Guerra ao Terror", A Hora Mais Escura é um filme sem condolências, árduo, áspero e sem alívios cômicos.
Jessica Chastain brilha em cena e mostra que realmente merece ser uma das atrizes mais cotadas de Hollywood. Nem as dolorosas cenas de tortura ofuscam a sua poderosa atuação. Aliás, cenas de tortura não são nenhuma novidade. O que choca são os céticos e ingênuos acharem que esses métodos não são utilizados em guerras. E A Hora Mais Escura não merece ser lembrado como um filme violento, ele é bem mais do que isso. É um filme contemporâneo e urgente sobre um dos episódios mais nebulosos da nossa história atual: A captura de Osama Bin Laden. Palmas para Kathryn Bigelow.

