Todo ano a Academia de Artes e
Ciências Cinematográfica escolhe diferentes temas para serem homenageados na
cerimônia de premiação do Oscar. Nesse ano a festa servirá de palco para
homenagear os musicais da última década. E é claro que a mais recente produção
do gênero não poderia ficar de fora, principalmente porque ela estará
concorrendo a oito estatuetas. Estou falando de Os Miseráveis (Les Misérables, UK, 2012), o mais novo filme de Tom
Hooper, vencedor do Oscar de Melhor Direção por “O Discurso do Rei”.
Primeiramente, antes de continuar
lendo este texto, saibam que o critico que vos fala não é uma pessoa que goste
desse tipo de produção. Mas, é esse mesmo motivo que deve lhe motivar a
continuar lendo. Pois bem...o filme é uma adaptação de um espetáculo que fez
muito sucesso na Broadway e até hoje leva milhares de pessoas ao Queens Theatre, em Londres. O enredo
gira entorno do personagem Jean Valjean (Hugh Jackman) este que tem de fugir do
oficial Javert (Russel Crowe). E, em seu caminho, Valjean, irá se deparar com
situação que irão mudar o rumo de sua vida.
Como disse a vocês essa é a
história de um musical, ou seja, as cenas de grande impacto tem músicas cantadas
pelos atores da trama. E no caso deste (como em muitos outros do gênero), o
longa é todinho cantando. Algo que com certeza deixa algumas de suas partes
chatas. Acredito que certos cantarolares poderiam perfeitamente serem
substituídos por falas comuns, dando até mesmo mais destaque para as principais
músicas. Mas, como disse anteriormente, só alguns
pedaços que se tornam entediantes. Seu enredo, as interpretações dos atores
e principalmente as músicas fazem com que ninguém consiga tirar os olhos da
telona.
Porém, há mais uma coisa que me incomoda: o fato da Academia ter escolhido a pior canção do filme para concorrer
ao Oscar de Melhor Canção Original. Suddenly,
interpretada por Hugh Jackman (o mesmo da trilogia “X-Men”), não tem a mesma
importância e carga emocional que possuem as músicas I Dreamed a Dream, interpretada por Anne Hathaway (a mesma de “O
Diabo Veste Prada”); e Do You Hear The People Sing, canção que encerra o longa de maneira fenomenal. Já as
indicação dos atores citados a cima para os prêmios de Melhor Ator e Melhor
Atriz Coadjuvante, respectivamente, são mais do que justas. Mas infelizmente,
Jackman tem concorrentes que tiveram papeis de maior destaque que ele e por
isso não deve sair vitorioso. Enquanto Hathaway está praticamente com as duas
mãos na estatueta.
Por fim, entendo que consegui
deixar bem claro que o longa conseguiu fazer com que a minha opinião se
alterasse. Antes de assistir Os Miseráveis,
acreditava que todos os musicais fossem chatos e entediantes, mas graças a Tom
Hooper e seu fantástico elenco vejo que nem todos são de se jogar fora ou para dormir. Eles até mesmo conseguiram fazer com que eu passasse a torcer para que o
filme leve o maior prêmio da cerimônia; o de Melhor Filme. Boa Sorte Miseráveis!!
