quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Retorno Aéreo


Depois de treze anos trabalhando somente na confecção de animações em CGI, como o "Expresso Polar" e "Os Fantasmas de Scrooge"; o diretor Robert Zemeckis (o mesmo da trilogia "De Volta Para o Futuro") retorna a trabalhar em um filme live-action. Em O Vôo ("Flight", EUA, 2012), Zemeckis aborda novamente a temática dos conflitos pessoais; tópico que já lhe rendeu o Oscar de Melhor Diretor por "Forrest Gump - O Contador de Histórias". 


O longa conta a história do Whip Whitaker (Denzel Washington), um piloto comercial que perante a uma queda iminente, assume o controle do avião e salva 96 das 102 pessoas que estavam abordo. A partir disso ele se torna um herói nacional, mas uma investigação do departamento de aviação descobre que ele estava pilotando sobre efeito de álcool e drogas. Consciente disso Whip tenta a todo momento se esconder dos holofotes da imprensa e controlar o seu vício por álcool até o dia de seu julgamento.


Após assistir o trailer, tinha quase certeza de que a trama iria mostrar a "hipocrisia" dos governos existentes (usando como o exemplo o dos Estados Unidos). Mas, na verdade, não era nada disso. O filme destaca a maneira pela qual os viciados tentam esconder os seus vícios de todas as pessoas ao seu redor e deles mesmos. Lógico que o artifício usado é a mentira. Algo tão comum, mas que quando bem contada pode iludir até mesmo o contador.


Com um roteiro envolvente, Zemeckis consegue fazer com que todos os espectadores não tirem os olhos da telona. A história do longa vai crescendo e tomando uma proporção que poderia ser facilmente comparada a uma mentira mal contada. Se tornando uma bola de neve de acontecimentos que ao fim irão se dividir e esclarecer os fatos. E é esse desfecho que, apesar de ser um poco "piegas" de mais, consegue surpreender algumas pessoas.

 
São graças a esses aspectos que O Vôo entrou na disputa por duas estatuetas do Oscar: a de Melhor Roteiro Original para John Gatins (o mesmo de "Hardball - O Jogo da Vida" e de "Gigantes de Aço") e a de Melhor Ator para Denzel Washignton (o mesmo de "Dia de Treinamento" e "O Gângster"). A atuação de Denzel, interpretando uma pessoa sínica e dissimulada, com toda certeza é merecedora de prêmios. Principalmente porque a trama toda se passa ao redor dele, que deixa a desejar em momento algum.

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