
Quem nunca se achou maluco, que atire a primeira pedra! Mesmo assim, quem acha que deve ser internado num hospício por isso? O Lado Bom da Vida ("Silver Linings Playbook", EUA, 2012), de David O. Russell, traz à tona a loucura dentro de cada um de seus personagens e o faz tão bem que o filme está indicado ao Oscar de melhor filme, direção, roteiro e todas as categorias de atuação. Ainda que seja um leve exagero, isto é inédito para filmes de comédia romântica modernos, já que desde "Reds" em 1981 um filme não é indicado a todas as estatuetas de atuação da Academia.
O filme conta a história de Pat (Bradley Cooper), que acaba de sair do hospício e volta a morar com seus pais, Dolores (Jacki Weaver) e Pat Sr. (Robert de Niro), que tem o péssimo hábito de apostar nos jogos de futebol americano. Pat quer reaver sua antiga vida de volta, o que parece impossível, até ele conhecer Tiffany (Jennifer Lawrence), que promete ajudá-lo, apesar de ser tão maluca quanto ele.
O filme fala de diversos tipos de loucura, mas reforça que todos somos normais e anormais e temos que aprender a aceitar e lidar com isso. Pode até parecer um pouco de auto-ajuda, mas com um roteiro muito bem escrito pelo próprio diretor, a história brinca com temas sérios com um ótimo senso de humor. Em relação à atuação, por mais que admire todos os atores, o único que realmente impressiona é Bradley Cooper, que surge pela primeira vez em um bom papel dramático. Ele equilibra bem o lado racional e irracional do personagem e, por mais que não acredite que ele leve o Oscar para casa esse ano, ele realmente mostrou seu potencial.
