
O filme conta a história de Anna (Keira Knightley), uma esposa devota ao marido Karenin (Jude Law). Isto é, até viajar à capital russa para aconselhar sua cunhada Dolly (Kelly Macdonald) em como lidar com as traições amorosas de seu irmão Oblonsky (Matthew Macfadyen), o que é irônico, já que é em Moscou, que Anna conhece o conde Vronsky (Aaron Taylor-Johnson) e eles começam seu próprio affair. E a história se passa na Rússia do século XIX, onde a sociedade vive na base da fofoca, ou seja, a vida de Anna Karenina fica mais fácil.
Como clássico, o filme tem uma enorme responsabilidade para com a obra original e quem melhor para tal tarefa do que Joe Wright, diretor recorrente de grande adaptações literárias, e Tom Stoppard, escritor de inúmeras peças de época e ganhador do Oscar pelo roteiro de "Shakespeare Apaixonado"? Deste trabalho em conjunto surge esta versão de Anna Karenina, com um conceito diferente, pois se passa em um palco, já que os personagens tem suas vidas expostas perante à sociedade, e é como se fosse um "balé com palavras", na opinião de Wright, que traz novas lindas sequências musicais às telas.
Além do conceito interessantíssimo, o filme traz um elenco impecável, que inclui a musa de Wright, Keira Knightley, num papel muito semelhante ao seu em "A Duquesa", e Jude Law, num papel que não faz jus à sua beleza, o que o torna perfeito para o personagem. Além disso, a fotografia está exuberante, com incríveis planos-sequência que já se tornaram uma marca registrada do diretor. A arte está também muito interessante, pois mistura uma decoração realista de época com um ambiente de um palco, o que traz à tona uma atmosfera surreal e mágica. O figurino, apesar de ter ouvido reclamações devido à fidelidade histórica, também está esplêndido com seus vestidos gigantescos e os lindos uniformes militares russos. Em suma, o filme está tão belo que está indicado a quatro estatuetas do Oscar.
