sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Ao Mestre, Com Carinho


É bastante provável que toda e qualquer pessoa que goste pelo menos um pouquinho de cinema já tenha escutado o nome de Alfred Hitchcock. É certo que todos que estudam essa arte nutrem algum grau de admiração pelo Mestre do Suspense. Mas daí a fazer um filme sobre a vida dele, são outros quinhentos… E Hitchcock (EUA, 2012), dirigido pelo quase novato Sacha Gervasi, é não só uma cinebiografia do diretor mais famoso de todos os tempos, mas especificamente a história por trás da realização de seu filme mais aclamado, "Psicose",  de 1960.


O ponto de partida do longa é o dilema de Alfred (Anthony Hopkins) em busca de uma nova história para filmar depois do sucesso de "Intriga Internacional". Sua crise criativa enlouqueceu todos à sua volta, princicipalmente a esposa e maior colaboradora, Alma Reville (Helen Mirren), até que caiu em suas mãos o livro recém lançado de Robert Bloch e ele decidiu que "Psicose" seria sua obra-prima, indo contra todos os conselhos de seus amigos e financiadores.


Numa jogada rara na época, que era o auge do poder dos estúdios, Alfred decidiu desafiar seus "chefes" e financiar o filme de seu próprio bolso, quase indo a falência por acreditar num projeto que ninguém mais achava que daria retorno (hoje nós sabemos o quanto ele estava certo!). De um modo geral, o filme mostra como o diretor era uma pessoa extremamente difícil de se lidar, especialmente durante períodos de filmagem. Seus conflitos com a esposa e com suas atrizes, nesse caso Janeth Leigh (Scartlett Johansson) e Vera Miles (Jessica Biel), são explorados, mas de uma forma ligeiramente superficial.


É claro que as atuações são incríveis, mas isso é o mínimo que se pode esperar desse elenco (talvez por isso tenham havido tão poucas indicações a prêmios, pela falta de surpresa). Mas isso não salva o filme de ser, apenas, mediano. Durante seus 98 minutos, até conseguimos nos divertir com a trama, mas basta um olhar mais atento para ficar a impressão de que não é um mérito do roteirista ou do diretor, mas sim da maquiagem, do figurino, dos atores e, principalmente, do próprio Alfred Hitchcock, que tinha uma vida muito mais interessante que a nossa.

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