terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A Fantasia Do Medo



A Segunda Grande Guerra devastou países, famílias e sonhos. O terror tomou conta da Europa e enegreceu até mesmo os mais doces corações. Perderam-se a inocência, a esperança, a credibilidade, a humanidade. Foi o período, do nosso recente passado, que o caos dominou a Terra e expulsou o azul do céu e o brilho das estrelas. Foi preciso se amparar na mais retoma esperança de paz para não sucumbir ao desespero.


Em O Labirinto do Fauno ("El Laberinto del Fauno", 2006, México), Guillermo Del Toro mostra que, as vezes, é necessário recorrer à imaginação para enfrentar a dura realidade. Podemos ver o lado doce e pueril de uma menina ser destroçado pelas atrocidades de uma guerra sem sentido (se é que há sentido na guerra). Ophelia é uma menina de 11 anos que tem um encontro misterioso com um fauno, uma criatura mitológica, meio homem, meio bode, habitante dos campos, que lhe faz uma incrível revelação.


O filme abre espaço para uma série de discussões como: a dificuldade da perda, o terror psicológico vivido durante a Guerra, o desenvolvimento das crianças e a esquizofrenia. É uma belíssima história de fantasia e suspense. Ophelia foi obrigada a criar uma realidade paralela, onde era uma importante princesa, para proteger sua mãe e futuro irmão, das mãos da horripilante ditadura franquista. Isso mostra o seu estado psíquico de esquizofrenia.


O brilhante trabalho do diretor mexicano só foi possível graças a sua equipe técnica. A equipe de arte construiu um mundo fantástico e convincente. Temos a impressão de que os faunos existem, assim como as fadas e as armas do exercito caduco espanhol. A maquiagem, a própria criatura da mitologia romana e as demais aparições tomam um aspecto tão fino, que nos amedronta. Serão eles reais? Fica essa pergunta. E como se não bastasse, a fotografia de Guillermo Navarro nos encanta.


Sem dúvida, O Labirinto do Fauno é uma daquelas obras que nos tiram o fôlego. Parafraseando Einstein: “um espectador que se põe de frente para o filme, jamais será o mesmo, quando este acabar”. Talvez seja essa a explicação para as três estatuetas do Óscar.


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