segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Poesia Filmada

 
Ao procurar filmes asiáticos , procuro ler alguma coisa para ver se me interessarei. Quando me deparo com Síndromes e um Século ( “Sang Sattawat”, Tailândia, 2006), li que é uma homenagem a história de amor dos pais do diretor Apichatpong Weerasethakul. “Preciso ver esse filme” foi logo o que pensei. O longa é no mínimo, genial.


Depois de atender um velho monge budista, a Doutora Toey entrevista Nohng, um médico que começa a trabalhar com ela. Na sala de odontologia, o Doutor Ple conversa com um jovem monge que queria ser DJ. Eles falam de vidas passadas e do amor. A segunda parte acontece num moderno hospital de Bangcoc. Toey volta a entrevistar Nohng.


Como dado a entender anteriormente, o filme é dividido em duas partes, sendo que os diálogos da segunda são iguais aos da primeira, porém num outro contexto. Ou seja, são as mesmas falas,  mas há um novo sentido para tudo: outros sentimentos, novas “linhas” de pensamento, são cenas novas.


É difícil atribuir uma trama única, e é ainda mais complicado tentar contá-la para alguém. O longa metragem é feito em forma poética, onde as cenas parecem independentes, mas que o espectador sempre atribui um sentido como um todo, mesmo que cada um tenha uma própria interpretação. Os mais desatentos gostarão de assistir pela beleza das imagens, e ele toca o sentimento das pessoas mesmo que elas não entendam exatamente o que se passa. 


Síndromes e um Século é genial, realmente um trabalho de mestre. Inteligente, bonito, tem todos os pontos muito bem trabalhados. Merece ser assistido não só pelos fãs do cinema-cult, mas para todos que amam obras de arte. Prepare os lenços, que algumas cenas emocionam.
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