quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Terror ou Piada?

Enquanto fãs desesperados sonham com uma virada de mesa, o diretor, roteirista e produtor Paul W.S. Anderson consegue ultrapassar os limites da lambança com Resident Evil 5: Retribuição (Resident Evil: Retribution, EUA/Japão/Rússia, 2012). O longa promete terror e emoção, mas apresenta cenas de ação risíveis e um roteiro completamente desorientado.


A heroína da versão cinematográfica da trama, Alice (vivida pela musa nerd Milla Jovovich), foi novamente capturada pela mega corporação Umbrella e se descobre presa em uma base ainda mais colossal do que todas já encontradas, localizada sob as geleiras da Rússia. Para fugir, ela tem que se aliar ao seu maior inimigo, Albert Wesker. Além de diversas formas de zumbis com diferentes capacidades de força, inteligência e agilidade, ela terá que enfrentar clones de antigos membros da S.T.A.R.S. sob o comando de uma das versões de inteligência artificial “Rainha Vermelha”.


Alguns produtores, em uma atitude covarde, tratam de exterminar completamente os personagens de um filme que não deu certo para ter a chance de recomeçar do zero e fazer melhor na sequencia (vide G. I. Joe). O diretor Paul Anderson conseguiu inovar de um jeito terrível. Tentando abolir o que deu errado e preservar os poucos acertos, a quinta parte da saga dá um jeito de reviver vários nomes que se “destacaram” em outros momentos da série. Isso mesmo! E com uma desculpa nada convincente.  Não foram só os personagens. Ele recria (mais uma vez) cenários já conhecidos enquanto tenta resetar atmosferas anteriores que, notoriamente, não funcionaram.


Outra aposta falha do diretor foi incluir, finalmente, alguns personagens clássicos dos jogos no filme (depois de muito choro de fã). Uma dica para esses fanáticos da série de jogos: se for para esperar alguma cosia dos filmes, espere, no máximo, uma paródia dos games. Nomes como Berry, Lyon e Ada integram o quinto longa, mas as semelhanças com os jogos terminam nos bem escolhidos rostos, roupas e armas. Não há como ficar satisfeito com as atuações, interseções, nem personalidades. A saga de Alice podia ter acabado logo no primeiro filme. Estendendo-se, jamais deveria mesclar-se com os personagens dos jogos, que desiludiram bem mais do que empolgaram. Poucas pessoas conseguem criar uma série de filmes com uma capacidade de declínio tão fascinante quanto Paul Anderson.


As cenas de luta ficaram forçadas e chatas em sua maioria (isso porque a própria Milla vetou algumas ideias "extravagantes" do diretor/marido). O filme também apela muito para uma visualização em 3D, que funciona apenas algumas vezes. Terror? Não existe mais. Talvez o longa esteja mais próximo de Rambo (caminho que também seguem os games).  Fica a dúvida: Por que ainda deixam Anderson empurrar essa catástrofe anunciada? Apocalipse zumbi não é nada perto do estrago que esse rapaz está conseguindo fazer. Continuamos, então, esperando, que, algum dia, alguém faça uma adaptação realmente boa de histórias originárias dos vídeo games.

Obs.: A cena final do longa deixa aquele gostinho de… "vem coisa pior por aí".

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