sábado, 15 de setembro de 2012

Cineasta Promissor



O amor falou alto, mesmo assim acabei deixando um país tão inspirador em – quase – tudo que eu faço para tão tarde. A Espanha finalmente inicia hoje, depois de tantos países, o seu ciclo. E nada melhor para começar do que com a excelência de um dos principais “produtos de exportação” da economia espanhola: Sr. Nada Mais Nada Menos “Almodóvar”, o pai das cores  e do absurdo.


Qual filme escolher de uma filmografia tão vasta e interessante? Depois de alguns dias pensando e fazendo anotações, vamos abrir o nosso ciclo hispânico com Pepi, Luci, Bom ("Pepi, Luci, Bom y otras chicas del montón", 1980), a primeira película de Pedro.


Pepi (A deliciosa e incrível atriz Carmen Maura) é estuprada por um policial após ser pega cultivando maconha em seu apartamento. Aquilo naturalmente trás a ela raiva o suficiente para criar um plano de vingança: fazer a esposa masoquista do oficial de justiça abandoná-lo.


O mais anárquico, talvez, dos filmes de Almodóvar, Pepi, Luci, Bom se passa em sua tão amada cidade Madrid. A história se desenvolve na era punk e bebe cegamente dessa estética. Como não poderia faltar, fala de sexualidade, drogas, violência, limites pessoais... Um filme livre de qualquer preconceito próprio. E eu arriscaria em dizer: o mais experimental dos filmes de toda a carreira do cineasta. Dessas que bate uma certa inveja por não termos tido a ideia - e os meios - para fazer antes.


Embora cru em alguns aspectos, é praticamente impossível não perceber o cineasta promissor, que Almodóvar então era, na época do filme. Mesmo quem não gostou sabia: aquele jovem espanhol daria trabalho. - Ele não alcançou de imediato o sucesso com sua primeira película, mas certamente mostrou como era possível quebrar caras e caretísses para se criar uma obra engraçada, libertária e sexualmente cinematográfica!
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