Violência em filmes e sexo na TV!

Parece que é essa a premissa que Seth Macfarlane tenta combater com seriados como "Family Guy" e "American Dad", trazendo violência para a TV. Agora Macfarlane pretende combater a contraparte e levar o sexo para o cinema com Ted (EUA, 2012). Uma fábula nada infantil que traz um Mark Wahlberg com seu ursinho de pelúcia (também nada infantil) em uma história sobre amizade e amadurecimento. Será que esse ursinho consegue trazer o seu encanto ou estamos melhor com os bons e velhos costumes... que costumávamos ver!

Não é só porque Ted consegue trazer todo o humor pelo qual Macfarlane é conhecido para o cinema, é porque ele consegue fazer tudo isso em um filme bom! Marky Mark começa como um garoto solitário que pede um amigo de natal, o que ele acaba ganhando é um bichinho de pelúcia maconheiro e mulherengo. Tudo vai bem até que Mark acaba conhecendo a personagem de Mila Kunis e se vê forçado a se desvencilhar do amigo para ter um relacionamento saudável com a garota. Uma história hollywoodiana à forma antiga, que, apesar do humor completamente ácido, consegue ser tratada com finesse.

Fãs das famílias Griffin, Brown e Smith também têm muito para se deleitar com o filme, sobretudo os da primeira. Referências à cultura pop são o que não cessam durante o filme todo, tendo direito até a um flashback ou dois. Nesse caso o foco é mais nos anos 80, você pode ficar perdido em uma referência ou outra, sobretudo se você não viu Flash Gordon. Mesmo assim, nada vai te impedir de gargalhar. As aparições de celebridades também chove, com diversas figuras inusitadas. A mais chocante delas e a da Norah Jones. Os mais exigentes vão sentir falta de um número musical, mas quem sabe na sequência.

Ted é uma das melhores surpresas do cinema e do humor esse ano. Ter um filme do criador de “Uma Família da Pesada” já seria bom, o fato dele ter lidado com as situações cinematográficas tão bem torna tudo melhor ainda. Atestando que o diretor realmente tem o toque de ouro. Não que o filme seja perfeito, alguns personagens são mal explorados e acabam ficando sem razão, e a peteca não permanece no topo todo o tempo. Mas com expectativas tão altas é bom ver elas sendo cumpridas.