segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Um Musical da Coréia do Sul




A história do amor impossível é um clichê mundial tão batido que é necessário tomar muito cuidado para não arruinar a produção de um longa metragem com o tema. Felizmente,  o musical Amor Proibido ("Chuhyang", Coréia do Sul 2000) consegue dar uma nova roupagem para o assunto, abusando da criatividade do experiente diretor Im-Kwon-Taek. Baseado no conto popular homônimo do século XVII, bastante similar a Romeu e Julieta, o longa é, no mínimo, competente e exótico.


Na Coréia do final do século 17, o filho do governador de Namwon, Mongyong (Cho Seung-Woo), dedicava sua vida ao estudo, preparando-se ainda para sua ida a Seul, onde completaria  sua formação e se tornaria um oficial real. Durante o verão anterior à sua viagem, ele se apaixona por Chunhyang (Lee Hyo-Jeong), a bela filha de uma cortesã, com que se casa em segredo. Mas Mongyong ainda precisa ir a Seul completar seus estudos e, enquanto ele está fora, é nomeado um novo governador para o local. Este, por sua vez, decide que Chunhyang deve ser sua cortesã. Após a recusa da jovem, que pretende manter-se fiel ao seu amado, ela é condenado à morte, fazendo com que apenas Mongyong possa salvá-la de seu destino trágico.


A linguagem musical proposta no filme é chamada de pansori, gênero popular na Coréia do Sul que tem origem no século XIX. Sendo uma espécie de opera meio-falada, meio-cantada, uma intérprete representa todos os personagens da história (geralmente trágicas), e um homem toca tambor. A escolha pelo musical pode ter sido proposital para dar uma "cara nova" a tradicional história, já que houve outras versões do longa metragem em forma de drama.


O interessante para nós, ocidentais, é compreender um pouco mais da sociedade coreana através desta trama. Ao mesmo tempo que usa elementos culturais que nos soarão estranhos e bizarros, o tema da sociedade machista onde a mulher é vista como objeto é universal e bastante familiar. Apesar da excelente produção, o ótimo uso das cores na fotografia, e da boa atuação, o grande problema de Amor Proibido está em sua presivibilidade. Talvez aquelas meninas que amam uma história de amor como Romeu e Julieta vão adorar, mas muitos não se envolverão, preferindo observar os aspectos técnicos do longa-metragem.

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