segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Beleza Externa Com Olhares Vazios



Depois que Dalton Rangel (coluna Eurocine) me indicou o longa Sul-Coreano A Casa Vazia, passei a idolatrar mais um cineasta oriental: Kim Ki Duk. Buscando mais um filme do diretor, me deparo com Time – O Amor Contra a Passagem do Tempo (Shi Gan, 2007). Qual a linha tênue entre o amor e o desejo? Você ama alguém pela beleza, também por isso, ou não é importante?



Seh-Hee (Park Ji-Yeon) e Ji-Woo (Ha Jung-Woo) são namorados de longa data. Eles estão apaixonados, mas Seh-Hee tem uma crise de ciúmes quando seu namorado se sente atraído por outra mulher. Seh-Hee então decide passar secretamente por uma cirurgia plástica, de modo que ela se torne uma nova mulher para o namorado. Certo dia ela desaparece do mapa, deixando Ji-Woo magoado. Com o tempo, porém, ele vai se esquecendo de Seh-Hee e termina por se apaixonar por uma mulher misteriosa, que guarda um segredo que mudará suas vidas


A história é uma reflexão sobre nós estarmos insatisfeitos com nós mesmos, e transferimos isso para o outro. Ji-Woo se sentiu atraído por uma mulher por uma questão biológica, não significando que ele ame menos sua esposa, muito menos que vai trair. Infelizmente, a insegurança de Seh-Hee, aliada a uma personalidade paranóica, faz com que ela se sinta culpada pelos sentimentos do marido. A “válvula de escape” então é a beleza, sendo que ela não percebe que isso não muda quem ela é por dentro.


Outro ponto abordado  é a falta de comunicação entre o casal. Afinal, se ele tivesse expressado desde o início que a amava independente de sua beleza, ou se ela tivesse pelo menos tomado a iniciativa de ter este diálogo com ele, talvez muita coisa poderia ter sido evitada. O novo rosto de Seh-Hee com certeza não resgará o amor de Ji-Woo.


Time – O Amor Contra a Passagem do Tempo é mais um brilhante filme de Kim Ki Duk. Uma crítica as pessoas que só buscam a beleza, e esquecem de valores mais profundos. A chave do sucesso é explorar igualmente todos os pontos que nos envolvem, cultivando o amor (e não, isso não é nem um pouco brega), a sabedoria, os amigos, e buscar sempre ser alguém melhor. Cultive a beleza enquanto você ainda pode, mas não vire escravo dela.
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