
Embora Russo tenha sido a língua dominante durante a era soviética, o cinema da URSS mesclou também filmes dos seus países sob a bandeira vermelha, como a Armênia, Geórgia, Ucrânia e Bielorússia. Após sua revolução temática e estilística, como já apresentamos nos três textos anteriores, chegamos ao nosso quarto e penúltimo do Ciclo Rússia. Aqui mostraremos um gênero não muito ligado ao país: o terror fantástico.
Eu sei, posso falar muito da história do país e do seu cinema antes do final da Guerra Fria. E isso pode ser bem chato para uns. Porém, tudo é contexto para apresentar o que acho mais interessante nesse país que amo tanto: O Novo Cinema Russo. Esses filmes que a gente não fazia ideia que poderiam sair depois de sentir tanto frio e beber tanta vodka. Já passamos por hipsters, passeios históricos, loucura e agora: medo! – Guardiões da Noite (“Ночной дозор”, 2004) é dirigido e escrito por Timur Bekmambetov. Livremente inspirado no livro Os Guardiões da Noite, de Sergei Lukyanenko, é a primeira parte de uma trilogia (mais uma copiada pelos ianques).
O filme se inicia com um prólogo, nos tempos medievais, aonde conhecemos humanos e seus super poderes conhecidos como Os Outros. Estes são aliados tanto das forças da Luz como das Trevas. Séculos depois, chegamos à Rússia moderna. – Quando sua mulher o abandona por outro homem, Anton Gorodetsky (Konstantin Khabenskiy) visita um ancião, que ele acredita ser capaz de trazer a sua mulher de volta. E a partir daí, o sobrenatural do gênero finalmente aparece e se desenvolve.
Guardiões da Noite foi o primeiro grande orçamento no gênero da fantasia russa. E uma aposta que valeu a pena. A Fox adorou e pagou caro para poder distribuí-lo mundialmente. – E finalmente para deixar uma coisa clara, o filme não é nada incrível, mas só de ser um dos primeiros blockbusters feitos depois do colapso da indústria cinematográfica soviética, é mais do que válido ser assistido.