quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Doçura Em Francês



Charmante. Esse adjetivo francês, que significa "encantador", é perfeito para descrever em uma palavra o filme Intocáveis ("Intouchables", França, 2011). Há muito tempo o cinema não nos apresentava uma história tão tocante e comovente. Há muito tempo o cinema não conseguia contar uma história tão linda sem cair na pieguice e na banalidade, coisas tão comuns nas telas. Disso é feito Intocáveis. Charmante. Imperdível.


O filme conta a história de Philippe (François Cluzet), um aristocrata rico que, após sofrer um grave acidente, fica tetraplégico. Precisando de um assistente, ele decide contratar Driss (Omar Sy), um jovem problemático que não tem a menor experiência em cuidar de pessoas no seu estado.


A amizade improvável é recheada de situações hilárias, principalmente quando Driss ainda está tentando aprender a cuidar de Philippe. Aos poucos a história vai engrenando e, quanto mais a amizade se intensifica, as situações passam a ser menos engraçadas para assumirem um tom dramático.


As atuações principais, tanto de François Cluzet quanto de Omar Sy, são impecáveis. Em nenhum momento o espectador duvida da cumplicidade que existe entre eles. Sy, inclusive, ganhou o César de Melhor Ator, batendo o compatriota Jean Dujardin, de "O Artista".


No entanto, não pense que você vai chorar horrores com um final triste ou melancólico. Muito pelo contrário. Uma das coisas que mais chama a atenção na película é a doçura - não tem outra palavra - com a qual a relação é tratada. Você não ri escrachadamente; sorri com o coração cheio de vida. Você não se debulha em lágrimas desesperadamente; chora por causa de uma felicidade incontrolável que invade o peito. Intocáveis é imperdível. Um filme que merece ser visto, revisto e guardado para sempre.

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