Foi mais ou menos em 2008 o período em que conheci aquela cantora de um rock meio estranho – procurem por Box – que viria a se tornar uma das pop stars mais queridas, premiadas e famosas do mundo. E eu me tornaria um fã muito além da faixa etária de seu público. É a vida. A gente paga a língua por falar mal do gênero, vem uma diva e arrebata nossos corações – crucifiquem-me.
Katy Perry: Part of Me 3D (Estados Unidos, 2012) é como o show da cantora protagonista de seu filme/diário de bordo. Feito em moldes muito bem pensados para agradar fãs, sem nenhuma intenção de fazer história, para simplesmente entreter e sem densidade para não incomodar ninguém. É difícil, na verdade, separar o 'eu' admirador de um produto de consumo e um “crítico de cinema”. Por isso o filme para mim é tão complicado de avaliar que fico com dor de cabeça. Mas, vamos falar sério. É uma película para se tomar com colher de sopa, leviana, na medida certa e gostosa. E claro, com óculos 3D.
É muitíssimo bem editada, a ponto de fakear alguns momentos – como quando Lady Gaga supostamente teria ficado feliz por ela bater o recorde de singles da Billboard. Porém, a polêmica cantora não esteve na cerimônia em que Katy foi homenageada (estranho, não?). Consegue, forçando muito, fazer crianças se emocionarem com sua trajetória, que mesmo para mim, como fã, não é lá essas coisas. E embora a fotografia seja bem simples, mesmo considerando a dificuldade em fotografar em 3D, o filme é bonito e cumpre seu papel: não ter função nenhuma, mas divertir, dar a vontade de se levantar da carteira e cantar: Viva Bollywood, meus caros.
