quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Não é um filme do George Clooney

O cinema já provou várias vezes que a política é um prato cheio para boas histórias. Os recentes "Frost/Nixon" e "Tudo pelo Poder" estão aí para comprovar isso - ambos são filmes bem elaborados e instigantes que prendem a atenção do espectador. Talvez o maior demérito de O Exercício do Poder ("L'exercice de l'État", França/Bélgica, 2011) seja exatamente esse: Ele não nos seduz.


O longa inteiro é um blá, blá, blá incessante de políticos discutindo assuntos como "devemos ou não privatizar o transporte público?". Na vida real, é legal que o espectador se preocupe com esses temas. Mas no cinema, realmente, quem se importa? Falta ação, falta suspense, faltam reviravoltas na trama. Cadê as polêmicas? Cadê os bafões? Cadê os casos extra-conjugais? Nada na trama é realmente muito empolgante. O tédio predomina durante toda a sessão.


Não estou dizendo que o longa francês de Pierre Schöller deveria seguir os moldes de um blockbuster americano - Só estou falando que O Exercício do Poder deveria ser um filme que me desse razões para assistí-lo. Ao contrário de "Tudo pelo Poder", o elenco não possui um George Clooney ou uma Evan Rachel Wood que nos mantenham ligados na poltrona. É muito fácil se distrair durante toda a projeção.


Fora a bela sequência de abertura, o filme não possui nenhuma outra ousadia. Tudo é meio monótono, os personagens são totalmente desinteressantes e a sessão, às vezes, fica tão animada quanto assistir TV Senado. O problema é que não imagino ninguém pagando pra ver TV Senado no cinema.

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