
A princípio dizem que o cinema ocidental é voltado para o lado comercial, e o oriental prefere seguir um lado artístico e experimental. Mas nem sempre é assim, e Hana-Bi: Fogos de Artifício (Japão, 1997) é um ótimo exemplo. Sabe aqueles filmes de ação Hollywoodianos previsíveis, mas que mesmo assim são muito bons? Pois é disso que estamos falando. Dirigido, escrito, e protagonizado por Takeshi Kitano.
A vida de Nishi (Takeshi Kitano) sofre uma reviravolta quando ele vem a saber que sua esposa Miyuki (Kayoko Kishimoto) tem uma doença terminal. Logo que sai do hospital, ainda abalado pela drástica situação da mulher, recebe a notícia de que seu amigo, Horibe (Ren Osugi) foi baleado numa emboscada da Máfia. Semanas depois, ele visita o companheiro, que está numa cadeira de rodas e vivendo numa casa à beira-mar. Atormentado pelos eventos que afetaram a vida daqueles que ele mais ama, Nishi decide abandonar a polícia e fazer justiça com as próprias mãos.
É visível os esforços de Kitano em misturar violência exagerada com alguma sensibilidade. Em muitos momentos há litros de sangue nas cenas de ação, aguçando risadas do espectador como se fossem piadas de humor negro. Ao mesmo tempo é valorizado os sentimentos mais profundos do protagonista, com seu desejo de vingança sendo bastante compreensível, dando a sensação que no lugar dele fariamos o mesmo.
Destaca-se o uso do silêncio em muitas cenas, mostrando a genialidade (talvez pretensão) do diretor. Dependendo das circunstâncias, ela tem efeito cômico, ou dramático, mostrando sutilezas que difícilmente vemos em longas-metragens do gênero. Além disso, todos os pontos técnicos são muito bem trabalhados, fazendo com que Hana-Bi: Fogos de Artíficio seja obrigatório para quem gosta dos filmes de ação.