sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Aqui Se Dorme


Para um filme que chegou em Gramado como um potecial favorito a vários Kikitos, "aquele filme que quase entrou em Cannes" provocou opiniões consideravelmente diversas e geralmente desapontadas. O Que Se Move (2012), primeiro longa de Caetano Gotardo, foi aplaudido de pé por alguns supostos amantes do cinema de arte mas não passa de uma representação pseudo-intelectual da dor de uma perda. Tirando os bocejos da plateia, nada mais se move.



Dividido em três "episódios" que não têm nenhuma relação entre si, a não ser por tratarem de mulheres que perderam seus filhos, o filme é lento e se perde em sua proposta musical e não cumpre o que promete. A primeira parte conta um pouco da vida de uma professora (Cida Moreira) que descobre não conhecer nada da vida de sua família quando seu filho de 17 anos salta pela janela ao ter seu computador recolhido pela Polícia Federal numa investigação sobre pornografia infantil. A segunda, mostra uma jovem mãe (Andrea Marquee) tendo que lidar com a morte de seu primeiro filho, recém-nascido, que foi esquecido no banco de trás de um carro estacionado ao sol sem culpar o marido. A última, exibe o reencontro da terceira protagonista (Fernanda Vianna) com seu filho que havia sido sequestrado na maternidade 16 anos antes.


O filme poderia ser intenso, poderia ser dramático, poderia ser várias coisas (entre elas, poderia ser um bom filme), mas não é. Os números chamados musicais que encerram cada ato não passam de um recital narrando as histórias que não haviam sido narradas pelos fracos diálogos. As inúmeras interrupções de narrativa passam longe da poesia estética e só conseguem irritar a plateia. E o conjunto da obra deixa claro porque ele foi um filme de "quase". Enfim, um ponto pra cada história, apenas porque as atuações das três protagonistas são as únicas coisas realmente marcantes no filme.

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