
Moscou e São Petersburgo, Maio de 1896, os primeiros filmes exibidos no Império Russo foram trazidos pelos irmãos Lumière. E naquele mesmo mês o câmera dos Lumière, Camille Cerf, fez o primeiro filme na Rússia, registrando a coroação de Nícolas II, no coração de Moscou: o Kremlin, as margens do rio Moskva.
Um pouco mais de 100 anos depois, a Rússia até então “estranha” para o mercado cinematográfico internacional, importa o grande sucesso A Casa dos Loucos ("Дом дураков", 2002). Dirigido, escrito e produzido por Andrei Konchalovsky.
O filme sobre pacientes de psiquiatria e combatentes durante a Primeira Guerra da Chechenia. O convívio entre doença, tempos difíceis e o escapismo da loucura. Uma história de guerra não necessariamente faz uma película bélica. E essa, em toda sua essência, mostra como a fronteira entre Rússia e Chechenia naquele tempo teve muito mais que bombas e armas...
Obviamente anti-guerra, controverso, A Casa dos Loucos é uma estranha mistura entre humor negro, drama, terror psicológico e conteúdo perturbador. E se o Festival de Veneza amou esse filme, por que não dar a ele uma chance? – Konchalovsky mostra ao resto do mundo que a loucura é universal e não morre. Afinal, há aquelas que digam: um filme nunca morre depois de assistido, ficam as ideias, por mais insanas que sejam.