Com um traço tanto estiloso quanto arcaico, acompanhamos uma animação de trama pouco comum. Na Argélia dos anos 30, um gato tinhoso conquista a capacidade de falar com humanos após devorar um papagaio. Assim um começa a se embolar o novelo de O Gato do Rabino ("Le chat du rabbin", 2011, França/Áustria), uma animação simples e sacana, no bom sentido.
O próprio gato, que não tem nome, narra sua pitoresca saga. Ao aprender diversas línguas humanas, amplia sua capacidade de gatuno e passa não só a fazer favores aos homens como a exigir direitos. Apaixonado pela dona, o bichano (ateu) luta para se converter ao judaísmo apoiado na ideia de que, compartilhando a religião, terá liberdade para casar com sua amada. Partindo disso, ele luta para ter um tradicional Bar Mitzvah (até eu queria um depois do Nissim).
Enquanto o estilo do desenho, idêntico ao do quadrinho homônimo, pode incomodar um pouco (numa mistura de clássicos antigos da Disney, Tintim e animações bíblicas), os diálogos trazem profundidade e graça. Ah, falando em Tintim... O personagem, caricato, faz uma ponta no longa. A história parece sempre se remontar na medida em que surgem problemáticas inesperadas. Ponto para o roteiro, mais complexo do que a média. A película fala sobre religião, intolerância, racismo, amor, hipocrisia, o poder da palavra... Enfim. É um desenho, a priori, adulto.
Se os tipos que surgem durante a trama são curiosos, o que dizer do condutor do filme? Bem, o gato é... Incrível. Não poderia imaginar uma personalidade mais perfeita para o animal. Além disso, sua sagacidade, narcisismo e ironia contagiam. Talvez seja um filme melhor compreendido por Judeus... Talvez revolte os judeus. Independentemente do público alvo, o bom trabalho de roteiro e direção são visíveis para qualquer cultura e as intenções são as melhores.
Enquanto o estilo do desenho, idêntico ao do quadrinho homônimo, pode incomodar um pouco (numa mistura de clássicos antigos da Disney, Tintim e animações bíblicas), os diálogos trazem profundidade e graça. Ah, falando em Tintim... O personagem, caricato, faz uma ponta no longa. A história parece sempre se remontar na medida em que surgem problemáticas inesperadas. Ponto para o roteiro, mais complexo do que a média. A película fala sobre religião, intolerância, racismo, amor, hipocrisia, o poder da palavra... Enfim. É um desenho, a priori, adulto.
Se os tipos que surgem durante a trama são curiosos, o que dizer do condutor do filme? Bem, o gato é... Incrível. Não poderia imaginar uma personalidade mais perfeita para o animal. Além disso, sua sagacidade, narcisismo e ironia contagiam. Talvez seja um filme melhor compreendido por Judeus... Talvez revolte os judeus. Independentemente do público alvo, o bom trabalho de roteiro e direção são visíveis para qualquer cultura e as intenções são as melhores.
