
A estreia de Breno Silveira atrás das câmeras foi simplesmente arrebatadora. Aos 40 anos, o experiente fotógrafo decidiu levar para as telas a história da popular dupla musical Zezé Di Camargo & Luciano. A cinebiografia "2 Filhos de Francisco" tornou-se um verdadeiro fenômeno de público e agradou até aqueles que não eram fãs de música sertaneja. Logo em sua estreia, Breno Silveira mostrou que era um diretor de multidões e levou mais de 5 milhões de espectadores aos cinemas. Um recorde absoluto que, desde a retomada, só se repetiu com "Tropa de Elite 2".
Agora, sete anos após sua estreia, Breno volta a retratar a história de mais dois grandes ícones da música brasileira: Luiz Gonzaga e seu filho Gonzaguinha. Em Gozanga - De Pai para Filho (Brasil, 2012), Breno mostra, mais uma vez, que o forte de seu cinema é um só: a emoção. O cineasta não esconde que pretende sempre tocar fundo no coração da plateia, custe o que custar. E dificilmente ele falha nesta missão. O diretor aplica aos seus filmes o estofo emocional que outras biografias não conseguem dar.
A missão de levar a vida de alguém célebre para telonas não é tão fácil quanto parece. A maioria dos brasileiros amam Luiz Inácio Lula da Silva e, mesmo assim, seu filme "Lula - O Filho do Brasil" naufragou feio nas bilheterias. A trajetória do ex-presidente não ganhou uma abordagem digna de seus feitos. Noel Rosa e Garrincha também já foram retratados no cinema, sem sucesso.
Luiz Gonzaga quanto Zezé Di Camargo experimentaram as piores amarguras da vida. Foram pobres, passaram fome e deram a volta por cima. O cinema ama grandes heróis e mais ainda os heróis musicais. O Brasil é cheio de grandes ícones que merecem ganhar as telas e, com certeza, Luiz Gonzaga é um deles. O rei do baião reaparece em um momento que a música brasileira gera bandas tão genéricas quanto um Nx Zero ou um Restart. A música de Gonzaga é nordestina de raiz, daquelas que é difícil de ficar parado. Assim como fez em "2 Filhos de Francisco" e "Era Uma Vez", Breno Silveira consegue novamente emocinar a plateia. E ainda nos brinda com a história de um verdadeiro brasileiro. Um brasileiro bem cabra da peste.
