segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Tio Boonmee 2


Muitos torceram o nariz para o diretor Apichatpong Weerasethakul quando esse venceu a maior honraria do cinema mundial: A Palma de Ouro em Cannes. Tim Burton, presidente do júri aquele ano, preteriu outras obras para dar o prêmio máximo do festival ao longa tailandês. "Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas" é um filme muito pessoal. Belo e difícil, não é daqueles que recomendamos para qualquer um. Sua exibição requer tempo e paciência - Coisas cada vez mais raras em nosso cotidiano.


Após a vitória em Cannes, criou-se uma expectativa para vermos qual seria a próxima empreitada de Apichatpong no cinema. Eis que agora ele surge com este Hotel Mekong (Tailândia, Inglaterra, 2012), uma mistura de vários elementos já encontrados na filmografia do cineasta. Aqui temos (novamente) uma história sobre espíritos, fantasmas, vampiros (...) Seres sobrenaturais aos quais o diretor já mostrou ter muito apreço. O problema deste longa é que ele é MUITO desinteressante. O diretor não mostra NADA de novo e o longa mais se parece uma continuação porca de "Tio Boonmee" lançada diretamente em DVD.


O diretor literalmente testa nossa paciência com seus diálogos desconexos e suas situações bizarras. O filme parece ser bem longo mas (surpresa!) ela não tem uma hora de duração. Francamente, a qualidade técnica dessa obra é tão boa que, com certeza, Apichatpong importou uma TEKPIX para fazer as gravações.


Hotel Mekong não é uma obra digna de um homem que já venceu Cannes. Acho que o camponês de um vilarejo perdido na Tailândia faria um filme melhor que o dele, viu. Apichatpong já provou que sabe fazer filmes alternativos de qualidade mas, neste aqui, ele mostra que está se repetindo e caindo nas armadilhas de sua própria loucura. Uma pena.
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