Pattison, Cronenberg, Cosmópolis (“Cosmopolis”, França/Canadá/Portugal/Itália, 2012) tudo que você precisa saber. Agora que nos entregamos ao mistério do poster, falta entender do que se trata esse novo filme que une o galã vampiro com o diretor canadense numa suposta ficção científica. Uma roleta russa entre pathos e apatia que torna difícil definir o que estamos assitindo em palavras.
Essa é a incursão mais experimentalista até hoje de David Cronnenberg. Em uma Nova Iorque a beira do colapso, um jovem bilionário resolve atravessar a cidade para cortar o seu cabelo. O caminho é longo e engarrafado, o que permite ao riquinho fazer coisas pela cidade e se encontrar com pessoas. Ele até tem uma consulta médica em sua limousine.
Como dá pra imaginar, o filme é totalmente feito por diálogos. Se trata de uma anti trama em que o protagonista transita imutavelmente de cena em cena. Cada personagem que ele encontra possui uma identidade muito forte, que fácilmente toma conta da situação e do discurso do filme. Ainda assim, alguns momentos são melhores que outros, que não contribuem muito para o interesse no filme e acabam se tornando dispensáveis.
Cosmópolis é sem dúvida uma surpresa boa. Os mais céticos vão gostar de saber que Robert Pattison não estraga o filme, sua atuação está bem competente. O maior defeito dessa obra é a forma como ela foi vendida. Pessoas que esperam uma experiência mais tradicional vão se frustrar com o que vão ver. Ainda assim, um passeio de limousine é pra poucos, e não deve ser facilmente dispensado.
