quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A Atuação de Albert


Não é de hoje que a Academia de Cinema mostra um grande reconhecimento aos filmes que buscam debater o tema da homossexualidade. “O Segredo de Brokeback Mountain”, “Milk – A Voz da Igualdade”, “Meninos Não Choram” e “Minhas Mães e Meu Pai” (entre outros...) estão ai para não me deixar mentir. Esse tipo de produção vem sempre brigando por Oscar nas categorias de maior importância (as mais artísticas), e nesse ano não será diferente. O longa Albert Nobbs (2011, EUA) foi indicado para as categorias de Melhor Atriz, Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Maquiagem.



Em meio à Irlanda do século XIX, Albert Nobbs (Gleen Close) é um elogiado mordomo de um hotel de luxo em Dublin. Contudo, ele esconde um segredo que pode acabar com sua carreira e seus sonhos de abrir uma tabacaria na cidade. Na verdade o sério e tímido serviçal é uma mulher que viu como sua única opção se vestir de homem para trabalhar. Porém, ao passar dos anos, se “assume” homossexual. Ao longo do filme, ele (e não ela, já que o personagem escolheu ser chamado assim) conhece um pintor chamado Hubert Page (Janet Mcteer), que compartilha do mesmo segredo de Albert. Eles passam a ser amigos e tentam se ajudar nas dificuldades que virão pela frente, além de aconselharem um ao outro.


Todos devem estar pensando que só em ser uma mulher interpretando um homem já é merecedor de prêmio. Não é a toa que Gleen Close (a Cruela de “101 Dalmatas”) e Janet Mcteer estão entre as dez melhores atrizes do ano e, cada uma, concorre a um dos prêmios de maior importância e prestigio da sétima arte. A atuação das duas é algo de se impressionar. Os jeitos de andar, falar e reagir são todos iguais ao de um senhor do século XIX; sem falar na figurino que ajuda e muito na caracterização. O qual até agora não entendo o por que de também não ter sido indicado. Porém a maquiagem, feita para transformá-las em homens, consegue atingir a perfeição de tal maneira que fica difícil de reconhecer Close e Mcteer (principalmente a segunda).


Apesar de todos os pontos destacados acima a produção é uma drama rotineiro. Seu enredo não é algo que impressione muito os telespectadores, além de possuir algumas cenas monótonas. Se alguém vir me perguntar se vale a pena ver o longa eu direi que sim, mas ao mesmo tempo defendo a idéia de que “está visto”. Ou seja, não voltaria a vê-lo por livre e espontânea vontade.


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