Ahh, que saudade do Beetlejuice. Não era um fantasma como os que a gente teme e se esconde debaixo das cobertas, mas era um fantasma dos bons. Aliás, eu só percebi o quanto sinto falta dessa geração de fantasmas do humor, também consagrada pelos Caça-Fantasmas, quando assisti O Despertar (“The Awakening”, Reino Unido, 2011) do diretor Nick Murphy. Murphy como a Lei? Tinha como dar certo? Vamos descobrir.

Primeiro, vamos explicar a história e o porquê de ter escolhido essas referências. O filme se passa na Europa pós Primeira Guerra e tem até uma teoria (vamos chamar de teoria) interessante. Por conta da guerra, muitas vidas foram perdidas e o mundo está cheio de entidades (não to falando das ONGs, são fantasmas). Nesse cenário, somos apresentados a Florence Cathcart (Rebecca Hall) que ganha a vida caçando fantasmas (Go, Ghostbusters!). Até aí tinha tudo pra ser o máximo, imagina só, uma mulher, numa época machista, caçando fantasmas e, ao mesmo tempo, tendo se que preocupar com o espartilho?! O problema é que, na verdade, ela caça charlatões que forjam seus próprios fantasmas e faturam em cima de trouxas (e não do tipo Harry Potter).

Como um bom justiceiro, Florence caça fantasmas na esperança de encontrar o de alguém em especial, que não cabe explicar aqui. Lá pras tantas, já sem esperanças, chega uma visita em sua casa que diz ter um fantasma de verdade para a caçadora e pede que ela o acompanhe até o internato onde o suposto fantasma teria matado uma criança. Calma, um internato? Vários meninos juntos sem nenhuma mulher? Claro que ela achou que eram as crianças. Sempre que acontecia um problema lá em casa a culpa era minha, sei que vocês já passaram por isso. E ela tá certa. Foi uma criança. Só que não uma viva.

Uma caçadora de mitos que descobre que eles existem. Clichê, mas dá pra levar. Aí ela chega numa casa assombrada? Isso já era antigo na época do Beetlejuice (Os Fantasmas se Divertem, de, pasmem vocês, 1988), imagina em 2012. Como se não bastasse, o filme ainda é confuso. Você não sabe quem é real, o que tá acontecendo e nem o porquê das pessoas da casa serem tão estranhas. Mas a maior dúvida no final do filme é: “Por que eu vim assistir isso?”. Acho que o “Despertar” que dá nome ao filme é aquele momento que você acorda no cinema e percebe que o filme já acabou.
