Após o estonteante “Se Nada Mais Der Certo”, de 2008, o diretor José Eduardo Belmonte está de volta aos cinemas com uma comédia de gosto duvidoso. Levemos esta afirmação exatamente ao pé da letra: a produção deixa no ar para o espectador a falta de certeza de ter chafurdado no limbo do nonsense ou de não ter entendido muito bem o propósito desse produto. Billy Pig (Brasil, 2012) estreia nesta sexta-feira e até agora estamos buscando algo realmente relevante para contar.
O enredo conta a dificuldade de Wanderley, vivido por Selton Mello, para conseguir se estabelecer financeiramente e viver a vida de luxo e glamour que sua mulher Marivalda, personagem de Grazi Massafera, tanto deseja. Deslumbrada com a possibilidade de ser atriz, ela ignora sua falta de experiência e não desiste de seu sonho. Para isso, conta com a força de seu amigo inseparável, com quem sempre conversa, o porco Billi.
Duas coisas são inegáveis: o talento de Belmonte e a força de seu elenco. Devido ao seu conhecido trabalho de preparação de atores, temos em Billi Pig destaques individuais realmente dignos de atenção, no entanto, perde-se a uniformidade do filme. As tramas que envolvem e tentam se unir ao foco da narrativa enfraquecem no meio do caminho e deixam a sensação cansativa do não alcance da fluidez necessária para prender a atenção.
Em um longa metragem de humor medíocre, que passa longe da leveza e cai no ridículo, o representante brasileiro se afoga ao tentar nadar na conquista do público. Ficamos com a lembrança de seu último longa, que desperdiçou o tom blockbuster em detrimento de um resultado mais completo e menos pretensioso.
