segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Contemplativo Até O Fim do Mundo

Um dos concorrentes ao Oscar deste ano é uma filme que gerou certa revolta em uma grande parcela de seus espectadores. Qualquer um que conheça algo da obra do diretor Terrence Malick já sabia de antemão que A Árvore da Vida ("The Tree of Life", EUA, 2011) não era um filme paraqualquer audiência. No entanto, se aproveitando da presença de Brad Pitt e Sean Penn no elenco principal, várias distribuidoras mundo afora se permitiram uma, digamos, jogada de marketing para atrair o grande público. Foi assim que vimos um filme extremamente artístico e contemplativo ir parar em cinemas multiplex de shopping centers por aí. E o que teve de gente saindo no meio da sessão pra pedir o dinheiro de volta...


Mas vamos ao que interessa sem maiores rodeios: o filme é de uma beleza de tirar o fôlego com uma narrativa não-linear proporcionalmente lenta. Através de uma fotografia naturalista, Malick intercala cenas cotidianas de uma família do interior com lindíssimas imagens aeroespaciais captadas por lentes da NASA e animações do surgimento da vida na Terra, estas geradas por computador com uma perfeição nunca antes vista. É através dessa mistura que o filme se faz (quase) como uma metáfora para a vida de cada um de nós, da concepção à putrefação e, simultâneamente, para a trajetória de nosso planeta, do Big Bang à sua destruição. Curiosamente, Malick vem de família católica e esse passado é bastante presente em seus filmes.


A Árvore da Vida foi concebido como uma obra de arte e deve ser visto como tal. Em resumo, é um filme extremamente chato para muitos, mas de uma beleza inegável. Sem contar que eu consigo imaginar vários "oooohn" causados pela imagem do cartaz, com Brad Pitt segurando um pézinho de bebê... Não assista se estiver com sono.

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