Quando minha bisavó foi ao cinema pela primeira vez, mandou fazer um vestido com antecedência e, maquiada até o pescoço, maravilhou-se com uma história muda embalada por música ao vivo. No início do mês, quando assisti a O Artista ("The Artist", 2011, França/ Bélgica), calçava a mesma havaiana que uso para ir à praia, usava um rímel incolor e fiquei admirada com uma história em tons de cinza que vez ou outra mudavam para sépia.
O cartaz ainda nem tinha as quatro linhas de indicações a prêmios, mas não foi necessária grande sensibilidade para perceber que a tática de marketing logo apareceria. Mas é claro que eu fiz a burrada de pensar "ai, um filme mudo, que saco". Ainda bem que, às vezes, minha determinação em contrariar minha vontade dá certo; o filme é lindo e inspirador, e não assisti-lo seria uma lacuna cultural. Mas Michel Hazanavicius escreveu algo tímido demais para uma ideia que tinha tudo para galopar em ritmo de sapateado.
As únicas duas cenas com som são geniais e se revelam piores que Elma Chips: é impossível ficar com apenas duas. Justamente por serem ótimas e inesperadas, ecoam durante todo o filme e deixam com uma sensação de que ficou faltando alguma coisa. Eu não apostaria nele para o Oscar se entrasse em alguma aposta, mas a escolha é sua. Aliás, aqui vai minha sugestão: que criem um prêmio de melhor ator animal! É claro que Jean Dujardin fez um ótimo trabalho, mas o cachorrinho... Veja só, se o prêmio começasse nesse ano, já teríamos duas indicações: ele e o Gladstone, o bulldog do Sherlock.
As únicas duas cenas com som são geniais e se revelam piores que Elma Chips: é impossível ficar com apenas duas. Justamente por serem ótimas e inesperadas, ecoam durante todo o filme e deixam com uma sensação de que ficou faltando alguma coisa. Eu não apostaria nele para o Oscar se entrasse em alguma aposta, mas a escolha é sua. Aliás, aqui vai minha sugestão: que criem um prêmio de melhor ator animal! É claro que Jean Dujardin fez um ótimo trabalho, mas o cachorrinho... Veja só, se o prêmio começasse nesse ano, já teríamos duas indicações: ele e o Gladstone, o bulldog do Sherlock.
