Temos um problema de identidade no Brasil. Com tantas misturas de etnias, culturas e tudo aquilo que a gente escuta em aulas de sociologia, é difícil dizer o que é realmente brasileiro. Como não poderia ser diferente, esse problema se reflete no cinema. Que filme você diria que representa o cinema nacional? Se essa pergunta fosse feita há alguns (muitos) anos atrás a resposta, ainda que muitos se sentissem envergonhados em assumir, seria pornochanchada. Claro que não é um motivo de MUITO orgulho, mas era uma criação nossa, uma coisa típica brasileira e que a gente (e quando eu digo “a gente” quero dizer a Regina Casé) fazia muito bem. Nesse caso, encontramos outro problema: a dificuldade de apreciar comidas (entendeu o trocadilho?) tipicamente brasileiras.
Claro que não é todo mundo, mas quem nunca ouviu alguém falando: “ah, mas esse filme é brasileiro?” em tom de desprezo? Esse pensamento anda tão enraizado na gente que um dos filmes de maior sucesso dos últimos anos, Tropa de Elite 2 (Brasil, 2010), é completamente Hollywoodizado. A gente tem que admitir que, tirando a corrupção e a violência com as quais nos identificamos tanto, os atores podiam muito bem estar falando inglês. Claro que o grito de “Skull!” (Caveira, no original) ia soar como merchandising de cerveja, mas é muito fácil de imaginar.
Dessa forma, não é de se estranhar que o filme não tenha sido indicado ao Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Apesar de brilhante (sei dar valor, tá vendo?) o filme nada mais é do que algo de lá produzido cá. Mas nem tudo está perdido. A produção de Tropa 2 mudou muita coisa por aqui, desde a preparação dos atores até as medidas de segurança anti pirataria. A fim de tornar tudo mais real a equipe do filme passou por diversos treinamentos com o próprio BOPE e outras equipes de segurança. Isso tudo sem falar nas equipes “importadas” de efeitos especiais.
Não sei vocês, mas eu não preciso do reconhecimento de estrangeiros pra saber que algo que nós fizemos foi bom. A forma do filme pode ser americana, mas o mérito é todo brasileiro. Mesmo que o filme fosse ruim, como muitos aqui são, talvez seja hora de encarar de um jeito diferente o cinema nacional. Se for pra importar alguma coisa, vamos importar o orgulho indiano de Bollywood. Até porque, convenhamos, nossos filmes são bem menos trashes (licença poética) e bem menos admirados que os deles. Quem sabe, daqui a uns anos, não são os americanos que querem uma indicação no nosso Festival de Gramado?
Claro que não é todo mundo, mas quem nunca ouviu alguém falando: “ah, mas esse filme é brasileiro?” em tom de desprezo? Esse pensamento anda tão enraizado na gente que um dos filmes de maior sucesso dos últimos anos, Tropa de Elite 2 (Brasil, 2010), é completamente Hollywoodizado. A gente tem que admitir que, tirando a corrupção e a violência com as quais nos identificamos tanto, os atores podiam muito bem estar falando inglês. Claro que o grito de “Skull!” (Caveira, no original) ia soar como merchandising de cerveja, mas é muito fácil de imaginar.
Dessa forma, não é de se estranhar que o filme não tenha sido indicado ao Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Apesar de brilhante (sei dar valor, tá vendo?) o filme nada mais é do que algo de lá produzido cá. Mas nem tudo está perdido. A produção de Tropa 2 mudou muita coisa por aqui, desde a preparação dos atores até as medidas de segurança anti pirataria. A fim de tornar tudo mais real a equipe do filme passou por diversos treinamentos com o próprio BOPE e outras equipes de segurança. Isso tudo sem falar nas equipes “importadas” de efeitos especiais.
Não sei vocês, mas eu não preciso do reconhecimento de estrangeiros pra saber que algo que nós fizemos foi bom. A forma do filme pode ser americana, mas o mérito é todo brasileiro. Mesmo que o filme fosse ruim, como muitos aqui são, talvez seja hora de encarar de um jeito diferente o cinema nacional. Se for pra importar alguma coisa, vamos importar o orgulho indiano de Bollywood. Até porque, convenhamos, nossos filmes são bem menos trashes (licença poética) e bem menos admirados que os deles. Quem sabe, daqui a uns anos, não são os americanos que querem uma indicação no nosso Festival de Gramado?