
Quando lemos o nome de Akira Kurosawa nos créditos de um longa metragem,sabemos que a produção será de qualidade. Sua brilhante carreira é o sonho de qualquer cineasta. Impressiona ainda mais quando um filme se destaca entre eles, como é o caso de Kagemusha – A Sombra do Samurai ( Japão, 1980 ), uma das obras-primas do gênio japonês.
Durante o período Sengoku (guerras civis no Japão), os líderes anseiam conquistar Quioto. Entre eles estão: Shingen Takeda, Nobunaga Oda e Ieyasu Tokugawa. Em 1572, Shingen parte em direção a Kyoto. Nobunaga e Ieyasu unem esforços para impedi-lo. Shinguen aproxima-se demais do campo inimigo e é alvejado por um sniper. Gravemente ferido, ele ordena aos seus conselheiros que, se ele morresse, a sua morte seja ocultada a todos durante três anos. Surgem boatos sobre sua morte, mas um sósia assume seu lugar e passa-se por ele, sem ninguém saber. Assim ele cria respeito no clã Takeda e mantém os inimigos distantes, os quais crêem que o líder está vivo.
Kurosawa era perfeccionista em todos os seguimentos, mas em relação a fotografia o cuidado era ainda maior. Ele simplesmente pintava as cenas que viriam a ser filmadas. A beleza das imagens impressiona de tal modo que podemos dizer (sem um pingo de exagero) que é uma verdadeira obra de arte na tela. O uso das locações e a riqueza das cores, que contam com inúmeros efeitos visuais de pós produção, são explorados com extrema inteligência.
O ritmo do filme é lento, como é tradicional no cinema japonês, e no caso de Kurosawa serve para contemplarmos a beleza das imagens. Outro ponto que chama a atenção é a história sobre honra e lealdade a um líder, além de ser uma boa oportunidade de conhecer um pouco sobre a história do Japão.
Kagemusha – A Sombra do Samurai é um belíssimo filme. São 3 horas de obra de arte na tela da sua TV, por isso recomendo pegar a versão “blu-ray” e assistir num aparelho de alta definição. Não é um longa metragem para toda a família, mas sim para os amantes do chamado cinema arte.