quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Techno com técnica

 Antes de David Getta infectar as rádios, a música eletrônica costumava ter uma proposta bem diferente. É isso que os Chemical Brothers trazem a tona com o filme Don’t Think (Adam Smith, 2011). Retornar o techno ao seu auge nem que só por uma noite faz parecer uma tarefa fácil para a dupla inglesa. Quem acha que eles perderam a forma, ou até que a cena eletrônica estava morta vai ter uma surpresa ao sentir o pulso desse gênero musical.



Enquanto o U2 conta com o seu repertório para um show filmado, Os Chemical Brothers se apropriam muito mais de uma idéia de cinema. Adam Smith é bem sucedido em capturar toda aquela vibe de um megashow de música eletrônica. A sensorialidade é tanta, que vários momentos o filme revela influências da estética de fluxo. Logo quando ele começa, a única coisa com que nos deparamos são luzes desfocadas acompanhando os sons. É uma viagem fácil de se embalar, e uma que vai perfeitamente com o som da banda.

E que som é aquele! Pra quem não sabe, os “irmãos” são como o Daft Punk sem a roupa de robô. Não importa que você vá ao cinema esperando ouvir seus maiores sucessos ou querendo conhecer a banda, você vai ter uma surpresa. Se você for pelos “singles” vai ouvir eles de maneira diferente. Todas as músicas foram, até certo ponto, remixadas sem perder a essência. Decerto, conhecendo as músicas ou não, você vai ouvir uma certa dose de tuntz tuntz tuntz, mas tem um pouco aqui pra todo mundo.

Techno pode até ser um gosto adquirido, mas com um cartão de visitas desses não tem como não se empolgar. Só cuidado para não chutar a cadeira da frente. Os caras estão quebrando tudo, talvez com um momento limbo aqui e ali, mas eles estão tocando como nunca. Não importa a sua familiaridade com a banda, a experiência vale. É cinema para se ouvir com os olhos.

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