sábado, 6 de abril de 2013

Um homem inspirador

Nesta sexta-feira foi a abertura do décimo oitavo festival internacional de documentários “É tudo verdade / It's all true”. O evento ocorre simultaneamente no Rio de Janeiro e em São Paulo, com exibições gratuitas até o dia 14 de abril. O filme selecionado para abrir o evento em sua edição carioca foi Plimpton! Estrelando George Plimpton como ele mesmo (“Plimpton! Starring George Plimpton as himself”, 2012, EUA) do diretores estreantes Tom Bean e Luke Poling. O trabalho virou realidade após a dupla colocar o projeto em um site de arrecadação de fundos, o Kickstarter. Quem ajudou a financiar a produção não deve ter se arrependido com o resultado.


George Plimpton é um dos grandes nomes do jornalismo e da literatura mundial. Ele foi fundador da revista literária “Paris Review” (que revelou diversos medalhões da literatura, a maioria amigos pessoais de Plimpton) e inventor de um estilo revolucionário na arte de relatar fatos. Bem, estamos falando do homem que criou o Jornalismo Participativo. Não feliz em apenas observar os fatos e relatá-los, o repórter passou a fazer parte da notícia, a experimentar tudo para depois contar ao público com mais pessoalidade e propriedade. Se já há algum tempo vemos a Glória Maria fazendo voos de asa-delta, a culpa é desse cara.


Trata-se de um documentário que conseguiu encontrar um personagem fantástico e, por isso, já ganha muitos pontos. Logo no início observamos um mestre de cerimônia em um circo abrindo espaço para Plimpton tentar se aventurar no picadeiro, e o povo vibra ainda mais quando o repórter toma o lugar dos profissionais exímios na arte. Uma bela abertura para a história de um homem que pulava entre picadeiros metafóricos para fazer seu trabalho. O magrelo Plimpton chegou a encarar um jogo de futebol americano como quarterback e enfrentar um monstro do Box no ringue. Sim... Ele dava o sangue pelo jornalismo, literalmente. O medo o acompanhava, mas claro que a coragem também.


Além do tema fortíssimo, o longa conta com um bom ritmo e uma trilha sonora arrumada, precisa. É o suficiente para fazer com que o documentário seja agradável, mesmo sem deixar o estilo tradicionalista. Certa admiração e algumas boas risadas fluem durante a projeção. Além de ser uma ótima opção de entretenimento cultural, o filme é obrigatório a todo jornalista. Foi um ótimo jeito de abrir a maioridade do festival de 2013.

*Para mais informações sobre o festival internacional de documentários "É tudo verdade" clique AQUI. No Brasil, além de Rio de Janeiro e São Paulo, a mostra de filmes será exibida, posteriormente, em Brasília e Campinas.

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