domingo, 21 de abril de 2013

Chuva de Sangue

"O filme mais apavorante que você verá nesta vida." Esse é a frase de efeito que está em letras garrafais no pôster de A Morte do Demônio (Evil Dead, EUA, 2013), remake do mais clássico dos slasher movies ("The Evil Dead", dirigido por Sam Raimi em 1981). Apesar de ser a estreia em longas metragens do uruguaio Fede Alvarez, o filme traz basicamente a mesma equipe de produção do original, além de ter sido baseado no roteiro de Raimi.


Tudo começa com um grupo de cinco jovens amigos se reencontrando em uma velha cabana isolada no meio do mato. É claro que a gente sabe que isso não podia dar certo. O motivo da reunião: uma espécie de pacto de reabilitação de Mia (Jane Levy, da série "Suburgatory"), que promete abandonar seu vício em drogas. Desde o começo ela reclama de um cheiro estranho na "casa", mas seus amigos acham que se trata apenas de um aumento na sensibilidade dela, efeito da falta de drogas. É aí que eles acabam descobrindo um alçapão debaixo de um tapete na sala e, dentro dele, dezenas de animais mortos pendurados por arames farpados e um estranho embrulho sobre uma mesa chamuscada.


Naturalmente, para o filme existir, um deles acaba recolhendo e abrindo o embrulho e descobre um estranho livro antigo, escrito em runas, e com anotações aparentemente feitas em sangue. Mais uma vez, para garantir a existência da história, ele lê alguns trechos do começo do livro e acaba convocando um espírito maligno que toma posse do fraco corpo de Mia. Possuida, a garota começa a atacar seus amigos para levar as almas deles para o inferno. A partir desse momento uma série de coisas típicamente estranhas começam a acontecer e é precisso algumas mortes e ferimentos graves para que os sobreviventes se convençam de que não se trata apenas de uma crise extrema de abstinência.


É claro que o roteiro faz uso de todos aqueles clichês típicos de histórias de terror e de possessão demoníaca, mas eles são muito bem encaixados na ótims construção da narrativa. Há uma série de "liberdades" em relação ao filme original, mas nada que comprometa a experiência dos que já eram fãs. O trabalho técnico é de altíssima qualidade, especialmente no que diz respeito à forografia digna de filmes europeus de arte, o que é raro em produções desse gênero. E, como todo bom slasher, tem muito sangue na tela.


Não sei dizer se é o filme mais apavorante que alguém pode ver nessa vida, mas sem dúvidas é um dos melhores remakes que já vi, e chega a valer um ingresso de fim de semana (o que ultimamente não é pra qualquer filme, dados os preços atuais dos ingressos).
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