Tudo começou com um curta, um especialmente assustador. Duas meninas em uma casa são perseguidas por mamá, um ser sobrenatural que quer, aparentemente, matá-las. Em dois minutos e meio, Mamá (Espanha, 2008) consegue assustar mais que metade dos filmes de terror que você vai ver na sua vida. O que chamou a atenção de Guillermo del Toro, e alguns milhões depois nós temos Mama (Espanha/Canadá, 2013) do diretor estreante Andrés (Andy) Muschietti.
Mama é uma mistura de terror e fantasia, o que tira um pouco o fator tensão e o substitui por uma leve sensação de desconforto, principalmente mais para o final. E não podíamos esperar nada menos de algo produzido por del Toro, muito conhecido por seus filmes incrivelmente fantasiosos, no bom sentido, claro.
No “prólogo” do filme, nós descobrimos que, após uma queda na economia, Lucas (Nikolaj Coster-Waldau), executivo de uma firma de negócios, atira e mata vários de seus sócios e sua mulher. Logo em seguida ele busca suas duas filhas em casa, Lilly (Isabelle Nélisse) e Victoria (Megan Charpentier) - que não podiam estar melhores -, e segue para uma cabana abandonada na floresta com o intuito de matar as duas e em seguida se matar. Antes que ele possa concluir seu plano, Mama aparece. Cinco anos depois, o tio das meninas, Jeffrey (também atuado por Nikolaj), que não perdeu as esperanças de achar as meninas, finalmente as encontra. As duas se comportam como animais selvagens, nos presenteando com sequências de tirar o fôlego, correndo e subindo pelos móveis nas quatro patas e grunhindo como animais.
Jeffrey e sua namorada, Annabel (Jessica Chastain), se mudam para uma casa fornecida por Dr. Dreyfuss (Daniel Kash), psiquiatra encarregado das meninas, para que ele possa estudá-las um pouco mais. A partir daqui os sustos e momentos de tensão são frequentes. Dr. Dreyfuss segue o caso das meninas até descobrir uma histórias arrepiante que ocorreu muitos anos antes em um hospício perto da cabana, onde as duas foram encontradas. Mama finalmente começa a dar as caras, nunca aparecendo completamente, adicionando bastante tensão à trama.
Jeffrey sofre uma queda misteriosa, deixando Annabel sozinha na casa para cuidar das meninas. Annabel é obrigada a desenvolver sua mãe interior para cuidar das duas. O que cria cenas maravilhosas, deixando Mama com muito ciúmes, e cada vez mais brava. Jeffrey e Annabel são visitados em sonho por Lucas e Mama e, em sequências dignas do videogame mais assustador que você irá jogar, entendem um pouco mais do que está acontecendo e como acabar com Mama.
O filme perde seu fator terror mais próximo do final, quando nós finalmente vemos Mama e as marcas de del Toro se tornam extremamente visíveis. Mas não se deixe enganar pelas risadas nervosas da platéia durante o filme. O seu mais novo pesadelo vai ser Mama e suas duas “filhas” correndo pelo chão enquanto a mesma se contorce na sua direção.
