sábado, 27 de abril de 2013

Nascido Para Chocar




Todos que gostam de cinema pelo menos já ouviram sobre a genialidade de Stanley Kubrick. Porém, será que todos também conseguiram perceber a grandiosidade dos trabalhos desse diretor? Tenho a impressão de que muitos dos filmes que foram rotulados de obras-primas por críticos não são compreendidos da maneira desejada pelo grande público. Desta forma, eles acabam sendo considerados chatos e monótonos. Nascido Para Matar (Full Metal Jacket, EUA, 1987) é uma das produções de Kubrick que se encaixa perfeitamente nessa ideia.



No longa, um sargento treina seus recrutas de maneira fanática e sádica, na intenção de transformá-los em máquinas para combater na Guerra do Vietnã. Após passarem pelo processo e enfrentarem todo tipo de pressão, os soldados são enviados para o campo de batalha, aonde vivem experiências ainda mais brutais. Ao meu ver esse enredo tem como intuito mostrar as consequências psicológicas que a guerra (também considerando o treinamento que a precede) teve sobre alguns soldados. Para esclarecer bem como se deu esse processo, Kubrick divide o filme em duas partes fortemente definidas.


A primeira, mais interessante e responsável por todo o prestígio alcançado pelo longa, retrata de maneira dura e violenta como transformar simples garotos em verdadeiras máquinas de matar. É verdade que os gritos incansáveis do Sargento Hartman (R. Lee Ermy) acabam nos mostrando a situação de forma mais caricata e até mesmo um pouco cômica. Mas, é graças a isso que os resultados acabam sendo os piores possíveis.


Já na segunda metade, acompanhamos os passos do Soldado Joker (Matthew Modine), que tem a missão de retratar os feitos “heróicos” dos americanos em solo hostil. Porém, essa parte é trabalhada com uma narrativa mais lenta e desinteressante que a primeira. Até mesmo o momento do clímax passa despercebido.


O longa termina com uma canção um pouco inadequada para o tema que é debatido pelo próprio. Foi até mesmo possível dar algumas risadas nessa hora, pprincipalmente por não acreditar que é aquela música (pensei até mesmo que fosse um problema no meu aparelho de som). Por fim, Nascido Para Matar poderia ser possivelmente dividido em duas pequenas produções: uma muito boa e uma regular pra fraca, respectivamente.
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