
Em maio de 1961 o homem chegou à Lua. Será? Quem nunca escutou dizerem que tudo foi na verdade uma encenação produzida pela NASA que atire o primeiro meteorito. Existem inúmeras "vertentes" diferentes para essa suposta conspiração e há uma específica que chama um pouco mais a atenção: teria Stanley Kubrick sido contratado pela Agência Espacial Americana para dirigir a cena? É sobre isso que fala o telefilme Opération Lune (França, 2002), dirigido William Karel, "o Michael Moore da Europa".
Através de entrevistas com figuras importantes na carreira de Kubrick, incluindo sua esposa, Christine, e com indivíduos chave na corrida espacial, como ex-membros do alto escalão da NASA, o filme vai tentando desvendar uma das maiores teorias da conspiração de todos os tempos. Descobrimos fatos importantes que explicam como e por quê tamanha armação foi necessária no perigoso jogo político da Guerra Fria. Além disso, são reveladas até algumas mortes bem suspeitas de alguns peões desse jogo. É claro que muita gente ficou irritada com o filme (talvez por isso não se ouça falar muito dele).
É possível que neste momento os leitores mais paranóicos já estejam correndo pra janela gritando "EU NÃO DISSE?!?!", então, antes que você pense que sua vida inteira é uma grande mentira, acho legal eu explicar que Opération Lune é, na verdade, um mockumentary. Pra quem não sabe do que se trata, em resumo, o termo se aplica a falsos documentários. Ou seja, é uma obra de ficção planejada e montada para parecer com um documentário real (e talvez por isso tenha irritado mais gente ainda).
O filme foi lançado em inglês como "Dark Side of the Moon" e é provavelmente o mockumentary mais brilhante que eu já vi. O fato de todos os "personagens" serem pessoas reais que de fato ocuparam papéis importantes na carreira de Kubrick e/ou no governo dos EUA dão uma veracidade ímpar às "entrevistas". Combinando com a excelente montagem e com a curiosidade que aflige a todos nós (em diferentes níveis, é claro), surge também uma comicidade que é ainda maior se você pegar uma cópia meio estragada do filme (que até onde eu sei está disponível por aqui apenas em VHS) e assistir com aquele amigo paranóico que todo mundo tem.