sábado, 13 de abril de 2013

Presas e Amantes



Alguns filmes nos arrebatam de primeira. Cenas iniciais ou primeiras sequências fortíssimas nos levam a uma imersão profunda e imediata. Já outros demoram, vagarosamente se desdobram, sem afobação e não é por indolência.


Fome de Viver (“The Hunger”, Reino Unido, 1983) não começa lento nem veloz. Como o universo do qual trata, somos seduzidos pelos vampiros por trás das lentes em uma velocidade psicológica da qual é impossível medir nos parâmetros reais. Deixamos nossos pescoços nus e expostos para a mordida visceral a ocorrer a qualquer momento.


A belíssima e atraente película conta a história da milenar vampira Miriam Blaylock (Catherine Deneuve) e sua relação com seu amante John (David Bowie). Tudo parece ir bem para o belo casal de vampiros até ele apresentar sinais rápidos de velhice e logo sua vida imortal parece ameaçada.


O filme além de uma direção de atores e de fotografia que transcende a época em que foi feito, tem um roteiro brilhante, eu arriscaria. Fome de Viver acerta do primeiro plano ao último, em um delicado e cuidadoso retrato sobre vaidade, amor e humanidade.
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