quarta-feira, 3 de abril de 2013

Mais Amor (e Fúria), Por Favor

Embora "A Viagem" tenha sido bem criticado pelo povão, a ideia do filme era bem interessante. Épocas diferentes com ligações diretas entre si? Até aquela maravilha do drama (só que não) "A Casa do Lago" teve um pouquinho disso. Diabos, a franquia de jogos "Assassin’s Creed" já fazia isso antes de ser legal. Então beleza, não é assim TÃO original, mas continua sendo bem legal. "Looper: Assassinos do Futuro" era puramente isso. Sabe o que todos esses exemplos tem em comum? Todos são lá de fora. Fecha os olhos. Ou melhor, não fecha não, senão como você vai ler isso? Mas tente imaginar essa premissa em um filme nacional, onde o personagem viaja por vários momentos da história do Brasil. Imaginou? Então agora abre os olhos (licença poética, gente) e bem vindo a Uma História de Amor e Fúria (Brasil, 2012). 


Pra completar tudo aquilo ali que eu disse acima, o filme ainda é uma animação visivelmente influenciada por quadrinhos. CARA, isso tinha tudo pra ser demais. Mas também tinha tudo pra ser um fiasco. Foi pensando assim que eu cheguei pra cabine. Uma parte de mim queria muito que o filme fosse ótimo, para que ideias assim fossem incentivas nesse nosso lindo Brasilzão. Adivinha só? Deu tudo certo. 



O filme conta a história de um herói imortal que luta há 600 anos contra aquilo que, na falta de uma descrição melhor, eu vou chamar de Capiroto. Não, não é assim que ele é chamado no filme. Sim, é sobre ele que falam. Em 600 anos nosso herói participa de muitos momentos da história do país. A chegada dos portugueses, a Balaiada e a Ditadura Militar foram os momentos (muito bem) escolhidos para a trama. É aí que acaba a aula de história, que eu queria muito que tivessem sido assim no colégio, e começa a boa e velha ficção científica. 


Rio de Janeiro, 2096. As “milícias particulares” são a nova força policial da cidade. Curtiu? Essa é só uma das boas sacadas do filme. É nessa cidade que causaria inveja na Los Angeles de "Blade Runner", que nosso (e ele é realmente nosso, brasileiro) herói vai travar sua última batalha com o Sete Pele. Se fosse um quadrinho, eu compraria. Se fosse um jogo, eu com certeza iria jogar. Graças a Deus isso é um filme, então todo mundo pode assistir sem desculpa. O roteiro é incrível e a produção não fica para trás. O filme é uma aula de história, uma aula de ficção, uma aula de política e, por último mas não menos importante, uma aula de cinema. Imperdível.

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