segunda-feira, 4 de outubro de 2010

FESTIVAL DO RIO: Mistureba Cultural



Em um complicado encontro cultural na cidade do Rio de Janeiro, Rio Sex Comedy (2010), do diretor norte americano Jonathan Nossiter, se perde na tentativa de criar comédia a partir de clichês. A produção pode até divertir em alguns momentos, mas ao tentar unir formatos agradáveis aos três países envolvidos na trama (Brasil, França e Estados Unidos), acaba fazendo uma complicada lambança.


O filme deixa muito a desejar ainda que reúna grandes nomes internacionais como Charlotte Rampling, Irène Jacob e Bill Pullman. Eles não têm culpa. Os atores apenas não deram conta de sustentar uma tentativa de inovação que não vingou. A intenção poderia ser das melhores: Criar uma mestiçagem cinematográfica, brincar com o labéu que cerca nosso país e com isso até mesmo confrontar preconceitos. O problema é que, enquanto tenta desmontar alguns clichês, o longa cai em outros. Esse é um terreno sempre muito complicado.

A história da índia, por exemplo, que procura um deus norte americano para salvar sua tribo do fim é absurdamente comparável à “Lambada! A dança proibida”, um dos maiores insultos cinematográficos ao nosso país. Também não há como deixar de lembrar de “Terra estrangeira” com este longa, que aparenta bastante ser uma tentativa de reconciliação com o país após o documentário. Evidentemente, não deu certo.


Músicas bem legaizinhas, piadas bobas intercaladas com cenas que seriam sérias. Um ar documental, antropológico... Não é um filme para se desdenhar, principalmente porque tem grandes chances de se tornar polêmico e cair nas graças de estudiosos. É um trabalho para ser comentado, mas não admirado. Mais sorte na próxima.

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