sexta-feira, 1 de outubro de 2010

FESTIVAL DO RIO: Em Nome de Deus



A França nos presenteia com um filme de qualidade singular. Dramático sem ser piegas. Cult sem ser chato. Of Gods and Men (2010) faz o espectador refletir e se divertir, tocando em assuntos sempre polêmicos: Religião e Cultura.



Baseado em fatos, o filme se passa em 1996, em um mosteiro na Argélia. Oito monges franceses vivem em harmonia com a comunidade mulçumana. Contudo, um grupo de fundamentalistas islâmicos massacra uma equipe de trabalhadores estrangeiros, e o medo se espalha pela região.


O foco é no perfil psicológico dos monges, onde o medo impera permanentemente. Os Europeus são degolados a luz do dia sem piedade pelos Islâmicos. Paradoxalmente, os religiosos não querem sair da Argélia para concluírem suas missões espirituais, não importando as conseqüências. Xavier Beauvois preferiu não enfatizar a personalidade individual dos místicos, os sentimentos e decisões são sempre coletivos, excetuando raros momentos.


Beauvois deixa os espectadores tensos, aguçando a curiosidade a cada cena. O filme é “pesado”, sem apelar para o melodrama, e fará muitos chorarem diversas vezes. Vale ressaltar que ao fim da sessão de cinema, várias pessoas aplaudiram o filme de pé.

Of Gods and Men ganhou o prêmio Grand Prix do festival de Cannes, e foi indicado pela França para uma vaga no Oscar de 2011 como melhor filme estrangeiro, merecidamente. Além de tecnicamente excelente, esta obra cinematográfica agrada não só o intelecto, mas os sentimentos.

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