segunda-feira, 11 de outubro de 2010

FESTIVAL DO RIO: A Originalidade da Obra


Qual é a diferença entre um quadro original e sua cópia? Certamente, traços e pinceladas diferentes, pigmentações variadas devido à tinta, talvez alguma mudança milimétrica na área e é bem provável que na moldura também. No entanto, a primordial diferença acaba sendo mesmo o nome que assinou a primeira pintura. Isso faz com que a primeira tenha alguma alma sagrada que a segunda não tem? Isso faz da original mais importante ou melhor que a cópia?



Sobre isso, escreve o personagem James Miller (interpretado pelo desconhecido cantor de ópera William Shimell, um quase David Strathairn, já que estamos falando de cópias) no filme Cópia Fiel (“Copie Conforme”, França/Itália, 2010), do diretor e roteirista Abbas Kiarostami.


No papel que rendeu-lhe o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes 2010, Juliette Binoche interpreta Elle, dona de uma galeria de arte e mãe de um típico pré-adolescente. Encantada pelo livro de Miller e pelo charme do próprio autor, ela leva-o para passar o dia em Lucignano, na Itália. A medida que os personagens vão se conhecendo, eles começam um jogo de interpretação genial, eventualmente deixando o espectador sem saber o que ali é real ou falso.


O roteiro brilhante – em inglês, francês e italiano – é acentuado ainda pela belíssima fotografia e pelos cenários pitorescos da cidadezinha italiana. O filme ainda conta com uma pequena participação especial do ilustre Jean-Claude Carrière como uma espécie de conselheiro amoroso. Ainda assim, o longa-metragem peca bem no final, que deixa um pouco a desejar depois de um início tão bom.

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