quinta-feira, 7 de outubro de 2010

FESTIVAL DO RIO: Uma Maluquice Escolar


Com uma produção estranhamente mal elaborada, Aqui, doido varrido não vai para debaixo do tapete (2010), lembra muito um trabalho escolar feito com intuito de receber nota suficiente para média. Infelizmente, mesmo que tenha partido de uma ótima ideia e conseguido personagens maravilhosos, a equipe do filme não foi boa o bastante para deixá-lo fluir.
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Após ter um caso em sua própria família, o diretor iniciante Rodrigo Séllos, que cursava o primeiro período de cinema da UFF, teve a ideia de criar um documentário que fizesse com que a doença mental fosse melhor entendida, que preconceitos fossem quebrados e, por que não, tratar o problema de forma leve e divertida. Para isso sua equipe passou a conviver com os pacientes e funcionários da Hospital Psiquiátrico Nise da Silveira por cerca de 6 meses.

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É incontestável a qualidade do material humano do filme, o problema é a parte técnica. Em Cenas com a luz estourada por quase toda a película, planos muito básicos (ainda assim errados) e foco precário, parece que um iniciante tentou a sorte com a câmera. Levou azar. A fotografia é nula, existem diversos problemas na captação de áudio e erros absurdos de montagem.

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Em um momento, o diretor passa a filmadora para um dos pacientes da clínica tentar retratar o seu meio em uma espécie de metonímia. Ótima ideia. O problema é que evidencia ainda mais as falhas do cinegrafista oficial. É quase impossível distinguir quem opera a câmera em que momento.

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As locações são escolhidas com muito pouco estudo. A qualidade de definição do longa não é compatível com as telas de cinema. O que salva o projeto, se é que salva, são os pacientes entrevistados, quase todos muito ricos. O filme se perde, mesmo não chegando a ser chato é completamente mal feito. Ok, eu entendo que o Rodrigo é novo e pode vir a ser muito bom, mas não posso nivelar por baixo. Da mesma forma que um filme tecnicamente perfeito e sem conteúdo não conta para quase nada, é dada a regra ao oposto.

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