Uma família comum com uma estrutura comum e com hábitos comuns. O filme Quebra Cabeças (Rompecabezas, Argentina, 2010) se concentra em uma mãe que, apesar de sua submissão ao modelo clássico familiar, é uma pessoa comodamente satisfeita. A partir do momento em que ganha um quebra cabeças de aniversário, ela começa a experimentar uma nova forma de se divertir.
A solidão velada expressa pela diretora Natalia Smirnoff em Maria del Carmen (Maria Onetto) é tão bem trabalhada que faz o espectador encontrar em cada cena um traço triste das ausências dessa mãe. A abertura do filme é perfeitamente articulada com proposta ao mostrá-la servente, diminuída, no dia do seu próprio aniversário de 50 anos.
Depois de ganhar de presente o jogo, encontra, além de um hobby, uma fuga para seguir algo que lhe dê realmente prazer. Conhece o competidor representado pelo ator Arturo Goetz com o qual se inscreve em uma competição internacional. Com ele, descobre ainda outras formas de escapar do tédio no qual vive.
Os desafios processam na personagens mudanças sutis que levam a uma felicidade com a qual nunca tinha lidado. Assim, o filme segue deixando em aberto um conceito clichê, mas muito bem trabalhado: A felicidade nas pequenas coisas.
