quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Prisão Psicológica

Um sol escaldante sem uma árvore sequer e, além de toneladas de cimento, só há barras de ferro, guardas com seus cassetetes nos punhos e o barulho de chaves balançando nos cintos. Nunca há silêncio, nunca se está sozinho. Esta é a sensação da prisão do novo thriller Homens de Fúria (“Stone”, Estados Unidos, 2010), do diretor John Curran.



O filme narra a história de Jack Mabry (Robert de Niro), um dos oficiais encarregados de analisar presidiários e decidir se estão aptos para saírem em condicional ou não. Prestes a se aposentar, chega para Jack o caso de Gerald “Stone” Creeson (Edward Norton), mais um detento que age como um adolescente na sala do diretor, implorando para sair da detenção. Desesperado, Stone usa sua esposa Lucetta (Milla Jovovich) para manusear Jack. No meio desse jogo de sedução, manipulação e inesperadamente espiritualidade, eles evidenciam até que ponto o homem é capaz de ir para atingir seus objetivos.


Com um elenco incrível, este é definitivamente um filme de atores. Norton está louco e desesperado, ao mesmo tempo mantendo a ingenuidade com uma voz estranhíssima e as trancinhas no cabelo; Jovovich está perturbada, não escondendo sua loucura de ninguém, atrás de seu rosto angelical e De Niro... bem, ele dispensa comentários.


No entanto, só o elenco renomado não sustenta o filme. Com narrações repetitivas e planos de ambientação longos demais – apesar da bela fotografia – o diretor comete o mesmo erro de seu último filme “O Despertar de Uma Paixão”. Ele perde o foco da narrativa e o longa-metragem torna-se lento.


O início é promissor e intrigante, atraindo o espectador para o ambiente sem liberdade nem livre arbítrio da prisão e o clima tenso é dado através de uma trilha sonora bem perturbadora. Mesmo assim, o final deixa muito a desejar.


[N.E.: O filme estreia amanhã somente nos cinemas do Rio de Janeiro
e no dia 29/10 entra em cartaz nos cinemas do restante do País.]
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